PARECE QUE FOI ONTEM

Começamos a perceber que tudo valeu a pena ao longo de nossas lutas para sobreviver, sustentar e cuidar da família quando o tempo nos surpreende, a velhice nos abraça e subitamente nos vemos na maior farra infantil brincando as brincadeiras mais bobas, animadas e divertidas, com os nossos netos.

E não nos queixamos dos cabelos brancos, afinal de contas eles são o testemunho da curta caminhada da vida em busca de satisfazer nossos propósitos e, finalmente, da missão cumprida. Quem nunca teve nem pretende formar uma família jamais sentirá essa doce percepção, certamente a única coisa que o envolverá será o completo vazio e o sentimento deprimente de que nasceu e viveu em vão. Só lhe restará a decepção perceptível de que estará sozinho no fim de tudo, nenhum legado terá transmitido para a posteridade.

Aproveitemos enquanto os netos são crianças, sejamos infantis quando brincarmos com eles, vamos rir, jogar bola, correr e rir até cansar, porque daqui a pouco eles crescerão, começarão a usufruir de novos interesses, sonharão seus próprios sonhos e nos deixarão de escanteio. Tudo, tudo mesmo é tão breve.

Parece que ainda ontem vivíamos a juventude e os desejos, conhecíamos as primeiras namoradas, íamos às festas, nos esbaldávamos sem cogitar no amanhã. Mas acabou num piscar de olhos, os anos nos engoliram, o tempo implacável passou voando. Ao acordarmos estamos diante de filhos casados e a casa cheia de netos. Falta muito pouco para irmos para a eternidade, melhor aproveitar para curtir o singelo sorriso dos filhos de nossos filhos.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 01/06/2024
Código do texto: T8076483
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