GODZILLA E O RIO GRANDE DO SUL

 

SINOPSE do Filme:

 

Um especialista em bombas da marinha norte-americana acaba de se reunir com a família em São Francisco, Estados Unidos, quando é forçado a ir para o Japão para ajudar seu pai. Logo, os dois se deparam com um grande acontecimento: Godzilla, o rei dos monstros, surge do mar para combater criaturas inimigas. Em uma luta pela supremacia, os monstros ameaçam a sobrevivência da humanidade. Por onde passam, deixam um rastro de destruição, rumo ao local da batalha final: São Francisco.

 

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Acompanho com grande tristeza a situação do nosso querido estado do Rio Grande do Sul e, pelas informações divulgadas até aqui, sabemos que a tragédia não foi fruto apenas de um acontecimento de força maior, as chuvas sem precedentes, que caíram sobre o estado foram, agravadas pelo já conhecido aquecimento global e potencializadas pela ação do homem ao desmatar quase que 80% da área verde do estado, para favorecer a economia local, que é majoritariamente agrícola.

 

Mas o que tem a ver uma tragédia do mundo real com um filme de ficção em que monstros destroem tudo o que veem pela frente? Talvez mais do que queiramos admitir.

 

 No decorrer da película, acompanhamos o despertar de um Titan , apelidado pelos militares e cientistas de Godzilla , uma criatura anfíbia gigantesca, que lembra os já extintos dinossauros. Não se sabe sua origem, apenas que é milhões de anos mais velho que a humanidade, tendo talvez a idade do planeta Terra, essa criatura desperta após outras chamadas MUTOS, parasitas que absorvem radiação e que se mostram um risco para a humanidade, mas e Godzilla? Não seria também uma ameaça? Afinal qual o seu objetivo?

 

Não fica claro o motivo desse conflito, tudo leva a crer que os monstros digladiam-se entre si de forma aleatória , é uma leitura possível que leva em consideração o entretenimento puro de quem gosta dessa temática, o meu olhar , entretanto, é metafórico, que remete a uma mensagem/alerta

 

Godzilla é tão antigo quanto o próprio planeta Terra, havendo uma íntima conexão entre eles, ou seja, o que a terra sente, Godzilla sabe, e isso o leva a ver os MUTOS como uma ameaça ao seu território, que vem a ser todo o planeta, porém para livrar o planeta dessa ameaça é preciso haver uma batalha, envolvendo destruição, mortes, raios atômicos, isso é inevitável, um efeito colateral aceitável, tendo em vista o que está em jogo, metaforicamente falando, Godzilla é apenas uma resposta do planeta terra, quando algo o ameaça e que faz o que tiver que ser feito para a sua proteção, cabe aos seres humanos tentarem se salvar, nada podem fazer para evitar a catástrofe.

 

Transportando essa metáfora para o mundo real o que temos? Um estado que devastou sua natureza visando unicamente o lucro financeiro, causando desequilíbrio e que provocou uma resposta a altura da própria natureza, com destruições, onde os humanos nada mais fizeram do que tentarem se salvar, nós fomos os MUTOS e as enchentes foram a resposta a nível Godzilla para o ataque que a natureza sofreu.

 

Cabe lembrar que, quando não há ameaça , Godzilla dorme tranquilamente no fundo do oceano sem ser notado, da mesma forma , quando não há desequilíbrio , as enchentes não causam as destruições que causaram , pois a natureza tem o poder de se autoequilibrar.

 

Ao fim do filme, quando Godzilla retorna para os mares, após reestabelecer o equilíbrio do planeta, entendi  que a criatura protege o planeta, enquanto seu habitat, e não os seres humanos, de modo que cabe perguntar: o que aconteceria se Godzilla um belo dia percebesse que a humanidade é um risco para o planeta? O Rio Grande do Sul teve essa resposta.