Um Despertador do norte

Iane ia cedo ao médico,  levar Priscila,  que estava muito gripada. Assim,  conversando com Eliane, no quarto da avó,  dona Benta,  que já estava no décimo terceiro sono, pois , diferente dos outros idosos dormia cedo.

Dizia:

- mana, repara a Denise e o Elielson  e não esquece de comprar o açaí,  da vovó , pois sabe como ela fica sem o  petróleo dela;  que eu vou cedo levar a Priscila ao médico e não sei que horas irei voltar. Pois tu sabes como são esses médicos...marcam um horário e chegam a hora que  bem entendem, como se estivéssemos a disposição.

Eliane:

- tudo bem mana, tomo conta sim dos meninos e o açaí,  jamais poderei esquecer.

Nisso Iane, ainda conversando colocava o seu celular para dispertar,  enquanto Eliane, pelas tabelas de sono fora deitar...

Todos cansados começaram a se arrumar em suas redes, quando uma chuva torrencial,  comum no norte desabou sobre os telhados...o frio tomou conta e embalou o sono de todos os ocupantes da casa.

Lá pelas duas horas da manhã o despertador do celular, por uma das doideras,  que dá nele, que nem o fabricante sabe explicar,  se lança no silêncio da madrugada com um brega rasgado,  na voz da cantora Joelma do calipso...

Eu vou tomar um tacacá,  dançar, curtir ficar de boa, pois quando chego no Pará me sinto bem e o tempo voa...

Acordando todo mundo num desespero,  que a dona Benta,  a altura dos seu oitenta e três anos, assombrada gritou da rede espantada...

-  onde é essa festa?... onde é essa festa? onde é essa festa?...