Participar da redes sociais hoje é um grande desafio e enlouquece qualquer ser humano. Se você não tiver foco e decidir escutar todo mundo, sua vida não vai sair do lugar. Atualmente todo se consideram um influencer ou um coach e alguns que nem saíram das fraldas, querem vender uma experiência de vida que obviamente não tem. Podemos ver jovens de 18 a 30 anos achando que já viveram o suficiente para  falar com tanta segurança da vida. Será que esses coaches realmente vivem o que pregam? Outro dia maratonei o instagram de um jovem que dizia ser um coach financeiro. Ele prometia ensinar a seus seguidores como ter um capital  suficiente para se aposentar aos 30 anos de idade, mesmo investindo pouco dinheiro. Que maravilha não é mesmo? Quem não gostaria de se aposentar aos 30 anos? O único problema é que mesmo tendo o know how, ele, já aos 33 anos, ainda não havia conseguido essa quantia e estava tentando fazer com que o número de seguidores do seu instagram aumentasse. Irônico não?

          Mas voltando ao nosso tema, hoje está tudo tão fácil, tão rápido e tão aberto, que as pessoas desacreditaram no amor e estão completamente perdidas. A liberdade chegou a um nível tão alto que estamos com saudades do tempo em que tinhamos menos essa tal liberdade. É um paradoxo surreal, mas verdadeiro. A quantidade de coaches incentivando as pessoas a ficarem solteiras e a viver a solitude é imensa e o mais interessante é que todos eles tem duas coisas em comum: o número alto de seguidores e a pouca idade. Às vezes fico pensando em como esses jovens estão perdendo ao não se permitirem viver a vida. A banalização do amor e a falta de exclusividade dos relacionamentos - trisal, relacionamento aberto - acabaram com a paquera, o frio na barriga, a conquista, o primeiro beijo e idéia de você pertencer aquela pessoa - no sentido romãntico romântico, claro - que hoje é considerado escravidão. Faço aqui um adendo: em meus relacionamentos gosto da idéia de ser apenas daquela pessoa e que nossa intimidade seja apenas nossa. Que escravidão deliciosa!

          Vida não se analisa, se vive. Não condeno a solitude, até porque vivo a minha, mas não concordo que uma pessoa a escolha com medo do sofrimento. O sofrimento é necessário para nossa evolução e é com ele que nos tornamos mais sábios e pessoas melhores. O bom da vida é você se jogar nela, sem medo de ser feliz. Nós vamos rir, chorar, errar, acertar, seremos felizes, mas também infelizes, iremos fracassar, mas também teremos sucesso e com o tempo vamos aprender a lidar com tudo isso e o mais importante: teremos memórias que tornarão nossa velhice acolhedora, pois teremos a certeza que vivemos.

          Estou procurando o amor? Não precisamos procurar o amor porque ele nos encontra. Ele invade nossa alma, nossa vida e a única opção que temos é vivê-lo. Tudo quem decide é ele, até quem vamos amar. Então se eu voltar a amar, posso até tentar não cometer os mesmos erros, mas vou me render a esse sentimento que pode até nos machucar, mas sem ele não podemos viver. Conseguir viver a solitude é muito bom, mas virar as costas ao amor é fugir da vida.

          Por isso quero fazer um brinde: Vive l'amour!

José Raimundo Marques
Enviado por José Raimundo Marques em 29/05/2024
Reeditado em 29/05/2024
Código do texto: T8074435
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.