"GERAÇÃO BURRA". INTERNET.

John Gilmore, primaz e reverenciado doutrinador científico da internet, entende que “a internet interpreta a censura como um defeito e o contorna”, centrando para o intérprete nessa crença, ao que entendo e depreendo, o aspecto que distingue a internet da verdadeira imprensa; liberdade de expressão vinculada ao direito individual, estatuto personalíssimo. Sob as penas da lei. Esse o grande vetor sedimentado no Brasil agora, pelo sistema bicameral.

As garantias da liberdade de expressão, onde se insere a comunicação, diversa do edito especifico abrigado no artigo 220 da Carta Política, vai se excedendo. Como dizia Umberto Eco, abre-se a internet e lá está um “novo jornalista”, como refere o semiólogo. Deitam falação. Muitas tolices faladas e escritas. Que exerçam e ponham em virtual estado de defesa, ideia genesíaca da ação procedimental, os detentores individuais de seus direitos, se violados ou ameaçados .

Assim, também, a mesma ferramenta que desafia cérebros privilegiados, sinalizando indicativos proveitosos na aproximação dos homens, traz no seu cerne, em seu núcleo e epicentro expansionista, a desinformação que ao lado da velocidade, gera dúvidas para os menos preparados.

Mesmo para os dotados cientistas da comunicação, aqueles que medem a influência positiva e negativa de atuação, há um excesso que, por vezes, mais prejudica do que aproveita. O “qualquer um” está se aproveitando dessa janela sem regras e abrindo a porta para a estupidez total, a idiotia de que nos fala Umberto Ecco, qualquer matuto "mato a dentro", diz ele.

Na cultura, se como consequência na educação em geral, temos disponibilização de meios para acesso aos verdadeiros profissionais e suas obras reconhecidas, não "almanaques" ou obras romanceadas sem expressão que lotam livrarias, através da internet, chega também por esse meio a deseducação em todos os níveis, linguístico, com total erronia em escrever de forma primária, literária e informativa, quando muitos que nada são ou nada sabem, se erigem a troar para os quatro cantos ligados pela internet, tolices cerebrinas”, “copismos”, repetências e pior, mal feitos aplaudidos, até mesmo apologia de crimes, fora a disponibilidade na antena para tudo e todos de suas vidas privadas, sem respeito próprio para sua intimidade, direito fundamental. Isso é patente, mas se não prejudica direitos de terceiros, esse fragmento menor do estatuto pessoal de cada um, nada altera.

É o que se colhe da evidência incontestável.. Nos fala Mark Bauerlein em “A Geração Mais Burra”, livro baseado em várias pesquisas de órgãos, consultorias e instituições educacionais americanas, que reflete padrão mundial, chegando o livro à óbvia conclusão, que desfila em nossa frente nos sites como aqui, e na internet em geral, um contingente que “não lê, (ou escolhe mal). Por isso não consegue sequer explicar métodos científicos básicos ou saber algo de história”. É a massa frequentadora da internet, diz o livro. E quando algo consegue captar, por ter meios para assim realizar, o faz "pelas beiras", sem aprofundamento

Bauerlein se confessa atemorizado com o que tem origem, via internet, “nos antros do crime e nos claustros da doença de dependentes de todas as drogas, desde o álcool, às químicas e drogas pesadas”, como refere, inserindo o indiscutível fator que já indiquei em outros espaços; identidades desconhecidas e patológicas, que não se aceitam a si mesmas, se inferiorizam, e punem a todos em desvios de personalidade, ou sublimam de várias formas complexos e frustrações que não escapam aos mais avisados.

É a imagem na era eletricidade ao alcance de qualquer um, e as tolices nos sites de novos “jornalistas”, escritas com a violação da língua e a ausência de conteúdo, tudo com o lado sombrio e indecifrável em termos de futuro, com enorme prejuízo para a cultura institucional. A didática do erro.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 29/05/2024
Reeditado em 29/05/2024
Código do texto: T8074165
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