VIAJEM SEM BARREIRAS

Em algum momento, em grupo ou mesmo num monólogo consigo mesmo, imagino eu, todo mundo se deu conta de que nada supera um livro, principalmente quando o assunto abordado trata-se de novidade ou deslumbramento.

Aquele que lê muito estimula e como suas fantasias e por que não realidades distintas, se permitindo vivenciar situações, que não teria a oportunidade de desfrutar numa única encarnação.

Daí surge aquele momento dejá vu, ou seja, revisitar um acontecimento novamente, claro, que não necessariamente idêntico, mas onde o objeto principal guardando sempre características semelhantes.

Interessante que isso acontece tanto em discussões sobre um tema, como também em visita a algum lugar desconhecido, deixando aquela sensação de já ter estado lá. O que pelo menos no início, causava uma sensação estranha, por supostamente estar associado a alguma paranormalidade.

Uma discussão que sempre permite divagações diz respeito ao potencial de riqueza associado a um livro em comparação a um filme, que a princípio se propõe a transpor o conteúdo do papel para a telona. Inclusive, não abrindo mão de nomeá-lo da mesma forma.

Não é para menos, que a própria propaganda do cinema o defina como “a maior diversão”, eu incluiria um adendo a essa definição, “para preguiçosos”, isso quando o filme está vinculado a um livro, pois em apenas duas horas, com muito conforto e todo o aparato que a tecnologia hoje permite, você terá uma versão compacta do livro, isso segundo a perspectiva do diretor.

É sempre bom lembrar que um escritor tem apenas vínculos distantes com um cineasta, pois diferem no âmago da questão, o primeiro depende basicamente de si, ou seja, não precisa de todo aquele aparato para a produção de uma película, envolvendo orçamentos estratosféricos para locações, atores e distribuição por inumeráveis salas para que tudo funcione a contendo.

Por outro lado, o escritor, um eterno solitário, depende exclusivamente de seu tempo, sua imaginação e um computador onde tudo será registrado. Claro, que depois de concluída a obra passará pelo processo de revisão, aceitação pela editora, propaganda e distribuição, que não atinge nem um por cento dos valores decorrentes da produção e comercialização de um filme para grande circuito.

Agora estes dois meios de reprodução de uma ideia, quando postos frente a frente, diante de alguém que tenha lido e assistido ao filme guarda diferenças abissais. Um escritor quando define um personagem, ou mesmo um acontecimento, não tem limitação de páginas, e pode descer a pequenos detalhes, que apenas incluirá uma nova página a publicação. Facilitando o enriquecimento de situações e aprimorando as histórias da publicação.

Por outro lado, cada minuto de projeção eleva o custo, e bate de frente com a limitação imposta de no máximo duas horas de duração.

Agora, na sua versão da leitura, a imaginação do que o escritor escreveu não sofre influência externa, passa a ser literalmente sua, ou seja, uma versão do filme que está passando exclusivamente na sua cabeça, onde você pode embarcar sem medo de ser feliz, afinal é você que está dirigindo esta versão.

Acho que todo mundo que lê com frequência, ocasionalmente passa por uma situação ímpar, aquela que te faz reduzir a velocidade na leitura, para assim ampliar o prazer que você sente quando está chegando ao final do livro, e claro, seria legal prosseguir.

Minha solução visando minimizar este empecilho é partir imediatamente para a leitura de outro título do mesmo autor. E às vezes isso se repete até esgotar todas seus títulos.

Alcides José de Carvalho Carneiro
Enviado por Alcides José de Carvalho Carneiro em 27/05/2024
Código do texto: T8072578
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