Captura de Drones

CAPTURA DE DRONES(1)

Em primeiro lugar, não tem esta de "tecnologia imparcial". Por enquanto, toda e qualquer tecnologia tem um humano no comando e seu uso está entre dois lados de uma linha tênue e invisível. Desse modo, uma possível captura de drones já está na pauta até da guerra entre nações.

Os prisioneiros poderão ser, em outras palavras, muito em breve, robôs, drones, links de comunicação e afins.

Será que toda tecnologia é isenta como dizem? Tecnologias que inserem em nossa sociedade hábitos não usuais ou que não existiam são isentas? Esta é a defesa feita, por exemplo, para o caso da bomba atômica que um de seus criadores citou "eu sou a morte".

Quem a criou e quem a desenvolveu imaginava que o uso maléfico não faria parte do contexto? Certamente, a resposta se apresentará como correta em função do paradoxo uso-dual(*). Uma faca de dois gumes, ou melhor, uma arma que pode ser letal ou proteger vidas, depende de quem e como a utiliza.

Será que alguém que cria uma tecnologia imagina que ficará sob controle dele para sempre? Tá cheio de nações por aí que copiam uma tecnologia ou uma ideia e a transformam numa forma de ganhar dinheiro (às vezes muito!). E, não raramente, utilizam a tecnologia e suas variantes não como seus idealizadores imaginavam, mas como desejam, para o bem ou o mal.

DRONES

A história é a seguinte, enquanto um VANT(2) era de uso exclusivo de militares ou específico, a batalha estava restrita a poucos. Desse modo, se envolvia uma tecnologia cara, a maioria das pessoas nem se importou muito. Como o custo, de fato, teve redução, até a profissão de piloto de drone transformou-se em profissão do futuro.

Tecnologias modernas, com acesso facilitado e preços de "xing ling", permitiram até aos amadores acesso a tudo. Começou a guerra. Governos querendo regulamentar, povão querendo deixar correr solto.

Anteriormente, publiquei um texto sobre países que treinam águias para fazer a captura de drones. Se imaginarmos que faz tempo e mesmo assim já começavam a surgir os opositores da tecnologia, agora a coisa tá ficando esquisita.

RAIO MORTAL

Um empresário americano, Rick Sondag, disse: “Se eu consigo ver um drone, consigo matá-lo.”.

Por que?

Porque ele criou um produto, com o carinhoso apelido de "raio da morte", o AUDS (anti-UAV Defence System). AUDS é um sistema complexo, que utiliza alta tecnologia para derrubar um VANT num raio de dez quilômetros.

Muito legal...

NO TIRO

No estado do Colorado, algumas cidades liberaram geral a captura de drones, do mesmo modo que no tiro ao pato.

Cidadãos têm autorização para atirar em qualquer drone que eles suspeitam que esteja invadindo a privacidade de alguém.

Sabe aquela história de utilidade de drones entregando remédios, livros, pizzas? #Failure !

NO BRASIL

Aqui em terras tupiniquins, os drones ainda estão engatinhando na sua utilidade e no número de usuários. É provável que nos anos recentes o números tenham um aumento significativo para aplicações de fotografia e filmagens mais abrangentes. Podemos dizer que estamos na Idade da Pedra Lascada em termos de trabalhos mais amplos, mas os "caçadores" estão na frente.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) vem regulamentando timidamente o assunto. Inocentemente, pesquisadores brasileiros criaram um mecanismo para capturar um drone, vai vendo ...

Imaginem a situação: Um drone sobrevoando uma multidão de pessoas, ele pesa uns 25 kg. Abatê-lo é fácil, é só lançar uma rede, suas hélices ficam imobilizadas e ele cai. Entretanto, a segurança daqueles que ele vai atingir ao cair é que são elas, nenhum controle.

Bom, desta forma, prevejo que este assunto ainda vai fazer parte do noticiário mundano, ainda não sei em qual editoria.

Editoria de esportes? Polícia? Cotidiano? Tecnologia?, na realidade não importa, desde que não existam vítimas fatais de inocentes.

GUERRA CIVIL

A proliferação de drones nas mãos de civis traz consigo uma série de desafios e implicações. Notadamente quando consideramos a privacidade e a segurança pessoal observamos que a negligência é enorme entre os cidadãos. A ideia de um “enxame de drones” sob controle de várias pessoas à distância pode parecer distópica. Contudo, esta situação não está fora do reino da possibilidade com o avanço das tecnologias.

Desse modo, alguns tópicos devem estar na pauta de todas as pessoas, até para os legisladores não ficarem atuando ao bel prazer das oligarquias.

PRIVACIDADE E SEGURANÇA

A privacidade é uma preocupação primordial quando se trata de drones. Com câmeras de alta resolução e capacidades de voo ágil, drones podem facilmente invadir espaços pessoais. Desta forma, capturam imagens sem consentimento com tal facilidade que assusta. Isso levanta questões sobre até que ponto o espaço aéreo acima de nossas casas é um espaço que nos pertence. E o que constitui uma violação dessa privacidade.

LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO

Para combater essas invasões seria necessário, sem dúvida, um quadro legal robusto que regulamentasse o uso de drones. Assim sendo, deveria incluir zonas de voo restritas, altitudes máximas de operação e horários permitidos para o voo das máquinas. Além disso, poderiam implementar licenças para operadores de drones e registros obrigatórios dos objetos voadores. É provável que isso inibiria muita gente, mas não garantiria que apenas indivíduos autorizados possam operá-los. Analogamente ao uso de armas de fogo, qualquer legislação não impede criminosos de utilizarem armas e praticarem crimes.

DEFESA E NEUTRALIZAÇÃO

A captura de drones invasivos, e tecnologias de defesa devem avançar na pesquisa e desenvolvimento. Isso poderia incluir sistemas de detecção e neutralização de drones. Por exemplo, jammers de sinal, redes capturadoras ou até mesmo outros drones para interceptar e desabilitar drones invasores. No entanto, essas medidas também teriam critério e rigor para evitar danos colaterais e garantir a segurança de todos.

CONSCIENTIZAÇÃO E EDUCAÇÃO

A educação, adicionalmente, tem um papel crucial na mitigação de possíveis conflitos relacionados ao tema e à captura de drones. Campanhas de conscientização poderiam informar o público sobre os riscos e responsabilidades sobre o voo dos objetos. Isso incluiria a promoção de práticas de voo seguras e respeitosas, bem como a obediência às leis e regulamentos aplicáveis.

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Por fim, a inovação tecnológica poderia oferecer soluções para minimizar os riscos associados ao uso da captura de drones. Isso poderia envolver o desenvolvimento de drones com recursos de privacidade embutidos, como limitadores de altitude e geofencing(3) automático. Desse modo, sistemas de rastreamento impediriam os drones de entrar em espaços privados sem permissão.

GUERRA CIVIL MODERNA

Enfim, a “guerra civil” de drones é uma metáfora para o conflito entre a liberdade de inovação e a necessidade de privacidade e segurança. Encontrar um equilíbrio entre esses dois aspectos será essencial para garantir que a tecnologia, inclusive de captura de drones tenha uso responsável e ético. Assim sendo, é factível que não haja comprometimento dos direitos individuais dos civis. A colaboração entre legisladores, fabricantes de drones, operadores e o público em geral será fundamental para moldar um futuro próximo.

Em suma, um futuro onde os drones possam coexistir pacificamente com a sociedade civil é o desafio da atualidade.

P. S.

(*) Tecnologia Uso-Dual  (ou tecnologia de dupla utilização), no contexto político e diplomático, têm utilização para fins pacíficos ou militares. Depende de quem usa e como utiliza.

(1) "Na Captura de Drones - O Raio da Morte" em https://evandrooliveira.pro.br/wp/2016/09/01/na-captura-dos-drones-2-o-raio-da-morte/

(2) "VANT - Veículo Aéreo Não-Tripulado (Drones)" em https://evandrooliveira.pro.br/wp/2016/03/09/vant-veiculo-aereo-nao-tripulado-ou-os-drones/

(3) "Geo-fence - Wikipedia" em https://en.wikipedia.org/wiki/Geo-fence

(*) Revisado e atualizado em dezembro de 2023