SOY PARAGUAYO, “VIM PARA TE MATAR”! (Nov 2012)
Entre as linhas da história Paraguaia e sua etimologia de uma controversa significação entre o “Rio do Papagaio e Rio dos Paiaguás”, sugere o rio Paraná e suas extensas águas serem como um grande mar. Portanto, empareda e não questione porquê a espirituosa anedota do paraguaio contratado para matar um brasileiro na cidade de Assunção.
“Bateu a porta da hospedaria do brasileiro e anunciou: Soy paraguayo, Vim para te matar! Perplexa, a possível vítima responde: Para que? O matador repete firme em alta voz: PARAGUAYO PAH!”
Das linhas da história controversas as cenas de idioma, faz me despertar recordações da minha viagem à Foz do Iguaçu-PR com a família à Ciudad Del Este.
Na hospedaria, solicitei informações do melhor transporte para chegar ao Paraguai, além da informação nos alertaram para fazer a mobilidade mais discretos, sem bolsas, carteira, óculos escuros e relógios, só o dinheiro necessário às compras. Solicitamos a mesma informação no restaurante, ademais, o garçom contava histórias surreais, de como os paraguaios arrazoavam a cidade de Foz, com assaltos, invasões, delinquência e roubo de veículos. Na procura de informações adicionais a média noticiava um paraguaio criminoso na ponte da amizade a assaltar a mão armada os sacoleiros, numa travessia sem nenhum pudor.
Apanhamos um autocarro e percebia os semblantes das pessoas num suar frio, d’olhar da sofreguidão, d’um ar de preocupação. A segurança da Ciudad Del Este, não era bem como pensava, a lei das pequenas lojas era assegurada sempre por três ou quatro seguranças armados, tipo o velho oeste americano, arma de fogo, coldre e o dedo na carabina, prontos para matar ou morrer.
Nesta altura, eram tantas as incertezas, não tinha normal o meu firme equilíbrio emocional, sentia imensa insegurança e temor a integridade da família.
A hora de retornar, não sabíamos a direção de parada dos transportes coletivos. Percebemos um homem a chamar para oferecer uma corrida de taxi. Sem outras alternativas de transportes, fizemos acesso ao veículo do paraguaio, um grande e luxuoso táxi descaracterizado.
Meu instinto de alerta estava na máxima e conjecturava fantasias nessa travessia, percebi na fronteira a engenharia militar de contramobilidade, barricadas, imenso controle e policiais com metralhadoras. Era como películas hollywoodianas a rodar cenas de guerra.
Perdi a cor, suei frio como nunca na vida, pois o paraguaio utilizava o telemóvel a transmitir ininterruptas mensagens, deixou o trajeto mais obvio para a cidade por um atalho à zona rural, não percebia nenhuma sinalização direcional, nenhum movimento na via, nenhuma viva alma,
Em segundos de intrépido disse: “Hombre, ¿a dónde vas”???
Respondeu o Paraguayo: “ Voy a tomar un atajo, el tráfico es malo ahora”.
Num grande suspiro, logo, chegamos em nosso destino, parei de suar frio e temer. Me coube a lição, de escolher e não ser escolhido, tampouco ser conduzido sem um plano ou minha aprovação.
Para minha sorte ou azar, hoje sinto reflexos dessa aneurada experiência em minhas viajens, envolvem cenas similares, dificuldade do idioma, transportes (…). Portanto, meu instinto desperta por essa anedota do Paraguayo, que surge, bate a porta e brada forte:
“Soy Paraguaio, Vim para te matar!”
Mais prático que sair a correr ou arguementar, PARA QUÊ?! Abro os olhos, estalo os dedos, suspiro e dou adeus ao soninho medonho e assustador.