TEM OU NÃO RAZÃO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Tem razão de sobra para falar ao vento o que bem entender.
O que vier à cabeça, a boca fala e os estragos são grandes.
A lama ao ventilador suja a tudo e a todos, só o bajulador não tem a capacidade de vê o que os outros veem.
Assim sendo, por analogia ao pensamento do escritor e intelectual francês Jules Renard (1864 — 1910), passamos a citá-lo:
"O homem livre é aquele que não receia ir até ao fim da sua razão", bem diferente de quem prefere "calar" para não jogar lama ao ventilador moral, social, familiar, político, empresarial, educacional, religioso, etc.
E ele nos informa que, "toda a pessoa vale mais que as suas maneiras de se exprimir", isto faz parte do conceito do direito natural da individualidade humana.
Por outro lado quem "sonha grandes coisas e isso te permitirá fazer ao menos as mais próximas", algo semelhante ao ditado popular de que quem não pode com o pote não pega na rodilha.
E ele tem razão ao afirmar que "a vida é curta, mas o tédio prolonga-a. Nenhuma vida é curta o suficiente para que o tédio nela não encontre o seu espaço", isto é fato, porém, foca negativamente no comportamento humano.
Não escapa ninguém de suas angústias e ilações "quando um homem diz: "sou feliz" quer simplesmente dizer: "tenho problemas que não me atingem", isto é um mero simulacro de felicidade ou omissão de si próprio.
Tanto é assim que ele afirma que: "Se se construísse a casa da felicidade, a maior divisão seria a sala de espera". Portanto, tem que aguardar sua vez para ser (in)feliz do nascer ao morrer.
E ressalta que: "Os moralistas que louvam o trabalho fazem-me pensar nos palermas que foram ludibriados numa barraca de feira e que tentam fazer os outros entrar ali de qualquer maneira", isto é um beco sem saída ou válvula de escape para cego em tiroteio na vida, nas ideologias, na cultura e na educação, apesar de que todo risco ou fazer humano é cultura.
E não escapa ninguém na visão de sua pseuda intelectualidade, uma vez que "um pedante é um homem que digere mal intelectualmente", tudo que pensa ou não pensa e faz.
Tanto é assim que "descobri finalmente aquilo que distingue o homem dos outros animais: são os problemas de dinheiro", isto mesmo, dinheiro que compulsivamente compra e paga ou não tudo se quiser comprar e pagar.
E o céu de ilusões e ilações são reais, pois: "acabamos sempre por desprezar os que são com demasiada facilidade da nossa opinião", assim ele afirma.
É fato, o ofício de "escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido", ele nos informa e concordamos com tal visão, porque pensar e escrever só depende de quem observa e escreve, dá vida ou morte a quem bem entender tal graçaou desgraça.
Tá ligado!
E até porque: "hoje, não se sabe falar porque já não se sabe ouvir", ele tem razão, ninguém quer ouvir para digerir o que ouviu.
E completa que a "Preguiça, o hábito que se contraiu de descansar antes da fadiga", é mera procrastinação ou autossabotagem.
E em tom de brincadeira afirma: "A velhice chega quando se começa a dizer: 'Nunca me senti tão "jovem", mera ilusão visual.
Sempre existiu e sempre existirá gente assim, porque "há pessoas tão aborrecidas que nos fazem perder um dia inteiro em cinco minutos", essa gente é sempre o averso da conversa.
Em suma, "é uma hipocrisia esforçarmo-nos para ser bons; temos de nascer bons ou então não vale a pena metermo-nos nisso", ser bom ou não é um modo de viver (in)feliz.