Relógio da matriz e seus badalos

Nas suas badaladas os sons emergem nos cantos vazios dos becos daquela cidade, porém estremece o corpo daquela idosa recolhida no seu aposento. Num passo de mágica o véu é desnudado se vê no banco daquele jardim à espera do seu primeiro amor. Na conjuntura que se encontra o lamaçal e os entulhos que com o tempo foram se formando limitou seus afazeres dependente de outrem para seguir caminhando se encontra agora estendida naquela cama. Cada badalo uma estação, cada estação com seus novos cenários enredo de muitas histórias de uma vida vivida intensamente. Nem imaginava que essas ondas um dia iria retornar com forças total depois de chocarem nas pedras rochosas nas margens do rio da vida, levando-a e arrastando para aquele cubículo que além de abriga-la permitia entrar os estridentes badalos que caprichosamente abre as ferida e fazem sangrar sem piedade.

Jova
Enviado por Jova em 22/05/2024
Reeditado em 22/05/2024
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