Liberdade

O sistema econômico comunista mostrou-se incapaz de construir uma sociedade mais justa, uma vez que a igualdade pregada tornou a escassez igual a todos e não supriu os seus membros com o necessário; além de ser utopia a intenção de se tratar todos da mesma forma. Na política também não deu certo. Isso é ponto comum. Apesar de, em algum ponto ou outro, apresentarem números melhores do que de alguns países menos desenvolvidos capitalistas (Cuba tem melhores índices educacionais e de saúde do que o Brasil, por exemplo), de forma geral, ficaram muito aquém das grandes potências europeias e norte-americanas.

Entretanto, não podemos afirmar que o capitalismo deu certo em todo o mundo. Aliás, o capitalismo puro não deu certo em lugar nenhum também; o capitalismo com algum viés social mostrou-se mais justo, apesar de já mostrar alguns claros sinais de fadiga em muitos lugares.

Uma das grandes “diferenças” defendidas pelo capitalista em detrimento do comunista é a liberdade. Mas é sobre isso que quero divagar hoje: será que os países tem a tão propalada liberdade mesmo?

Nossas roupas, nossos calçados, nossos veículos e outros bens materiais são por nós adquiridos de acordo com o que a indústria oferece. Compramos modelos de roupa que a indústria de vestuário diz que é apropriada para nós, alcunhando isto de “moda”; o mesmo ocorre com a cor do nosso carro, com o que usamos no cotidiano. A indústria não produz o que queremos, mas nós consumimos o que ela produz.

O que temos que comer e beber, o que é alimento saudável ou não, também é a indústria alimentícia que determina. “Pesquisas” de tempos em tempos divergem entre si, de maneira que o que era saudável ontem, hoje se torna maléfico. O que poderia entupir nossas artérias ontem, agora é até indicado para melhorar outras funções dos nossos corpos.

O Estado laico se tornou ateu por interesses econômicos ou, pior ainda, descobriu em algumas religiões sua forma de perpetuar-se no poder. Para isso, em muitos lugares, o ateísmo proíbe manifestações religiosas ou a religião oficializa determinado grupo no poder. Até a liberdade de se ter uma religião tornou-se restrita em várias nações capitalistas.

Liberdade de ir e vir, liberdade relativa de se escolher uma profissão. Alguns poucos países dão esta sensação aos seus cidadãos; no geral, não é o que acontece.

Como podemos afirmar, no Brasil, sermos livres se somos presos a um sistema bancário que nos rouba todos os dias sem termos para onde fugir?

Neste país não temos sequer a liberdade de não votar. Somos obrigados a nos apresentarmos para votarmos, nem que seja para anular o sufrágio.

Liberdade é muito relativa. Este país que não deu certo é um claro exemplo que liberdade é uma utopia distante ainda de ser alcançada.

Joaquim Lutero
Enviado por Joaquim Lutero em 22/05/2024
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