HAVIA UMA COBRA NO CAMINHO
Pedalando sozinho em uma estrada de terra n’uma pacata área rural
E percebendo um estranho ser ao que com cautela a ele eu aproximava
Onde parei há uma distância curta, porém segura
E assim o mirei
E percebi o que não era mais suspeito, mas, sim certo, pelo que comprovei
Tratava-se d’uma cobra [coral] ... morta
E naquel’instante eis que minha memória veio à tona
A recordar alguns pacientes os quais cuidei em meu trabalho
(Como profissional de saúde)
E que vitimados foram por uma igual serpente:
Agitados, demasiadamente confusos, agressivos, incontroláveis, violentos...
(n'um estado definido como "agitação psicomotora")
Tendo o pensamento desorganizado, apresentando total falta de lucidez
Na verdade, delirantes como s’estivessem sob um “feitiço” (e não era?) da cobra
Em um quadro de miserável condição psicótica
E tudo devido à alta toxicidade de seu veneno
A afetar bruscamente o sistema nervoso e [também] psicológico
Segui adiante o meu caminho, mas a pensar comigo mesmo:
Interessante como uma serpente a tantos picou
E que, embora agora morta, o seu veneno ainda circula em suas vidas
No que se portam como sob os agudos (e mencionados) efeitos de antes
E que, pelo visto, tornou-se crônico:
Confusos, não raciocinando de forma sensata ou coerente, perturbados, ofensivos...
E muitos, por vezes, em tal grau brutos, tornando-os potecialmente perigosos
Principalmente nos espaços de suas relações comuns e diárias
E praticamente todos a apresentarem condutas ridículas e tolas
No que se procedem [em suas falas e argumentos] várias vezes de forma cômica
(Como se fossem palhaços)
Sim, é simplesmente lamentável a condição em que se acham
Ou seja, simplesmente ... perdidos!
Oh! Será que um dia haverão de se desintoxicar de tal maldita peçonha,
ao que viverão de forma “saudável”, sobretudo na conduta social, e até
co’eles próprios?
Será que haverá um tempo a partir do qual não mais estarão “apaixonados”
pela sua tão “endeusada” serpente?
Ou será que ainda acreditam que ela esteja viva, esta que no chão naquel’hora
s’encontrava [totalmente humilhada]?
Oh! Está demorando por demais!
Melhor deixar pra lá... e prosseguir em meu pedal
21/05/2024
IMAGENS: FOTOS PESSOAIS (REGISTRADAS DURANTE UM PEDAL NA ESTRADA)