A janela é importante
Estou no cenário perfeito que descrevi para vocês na minha primeira crônica: sentado num ônibus, com ar condicionado e sem excessos humanos.
Tenho uma hora e dez minutos de viagem por fazer, e tinha um plano para remir o tempo, que consistia em ouvir música e ler. Sou psicólogo, e estudar me é obrigação ética. Pessoas em sofrimento me procuram buscando ajuda e não posso ser negligente. Sendo assim, me debruço sobre manuais e artigos de psicologia quase todos os dias.
Eu subi no coletivo, me sentei na penúltima fileira de cadeiras e fiz... nada. Eu tinha uma lista de aspirações, mas não concretizei nenhuma. Voltei os olhos para a janela, e me distraí por alguns minutos, olhando os cenários urbanos. Viajei na maionese.
Agora, o que me falta pra estudar? Nada! Mas o cronista pensa que suas experiências individuais são muito importantes... e resolveu escrever.