Os planos de Deus
Na semana passada (16/05/24), minha amiga Fabíola e eu conversamos sobre religiões. Dotada de um magnetismo verbal irresistível, foi me contando o que pensava acerca do sobrenatural. Ela é uma pessoa bastante sensitiva. Eu diria que possui constantes intuições. Disse que vê coisas, sente coisas que não são deste mundo, e percebo que estes pressentimentos de vez em quando norteiam certas atitudes que ela toma.
Certa vez, minha amiga sentiu vontade de ir à praia e queria que o pai a acompanhasse, mas ele não queria, pois tinha que trabalhar. Ela insistiu, insistiu e, por fim, ele faltou ao emprego para levar a filha à Beira Mar. Detalhe: eles haviam feito um passeio parecido um dia antes, o que tornava o pedido da filha ainda mais estranho e injustificado.
Na praia, os dois estavam tomando banho quando surgiu um senhor se afogando. Estavam na parte rasa da água, mas o homem não sabia nadar e era um idoso. O pai da Fabíola suspendeu o homem, um padre de Curitiba, que estava com um saco de dinheiro da igreja na mão. Ele havia ficado bêbado, meteu-se a nadar e quase morreu sem ter a chance de ser visto por ninguém, pois já era noite.
Somando improbabilidade com improbabilidade, foi salvo graças à enigmática intuição. “Que sorte” - há de dizer um leitor. Realmente, foi sorte. “Foi Deus quem mandou sua amiga lá!” - pensará outro. Talvez Deus levou o padre lá; mas não levou o pai e a filha. O sacerdote estava bebendo cerveja, farreando com dinheiro santo e quase se afogou. Falei pra minha amiga que Deus estava tentando recolher seu servo infiel, mas atrapalharam o plano.