A história das panelas
Panelas grandes, pequenas, de pressão, frigideiras, panquequeiras, de alumínio, de ferro, de barro, amarelas, metálicas, azuis, pretas. Colheres de pau, inox, de ferro, dos mais diversos tamanhos. Tampas velhas, novas... Todos se ajuntaram para, pelo barulho, importunar um determinado grupo até derrubá-lo, até tê-lo derrotado.
Diziam que derrubariam aquele pessoal que era muito corrupto mas, se o outro que assumisse fosse sujo também, começariam a bater, a fazer barulho de novo, para mostrarem seu descontentamento e sua exigência pelo fim da sujeira que as assolava.
Derrubaram o grupo que fazia corrupção.
O outro grupo assumiu, trazendo junto com ele, partes do outro grupo que saíra. Muitas partes, importantes pedaços do grupo que saía. Peças tão importantes que foram as responsáveis pela queda do primeiro grupo, para que não se estragassem, como elas mesmos assumiram em uma conversa; uma conversa que não podia ter sido descoberta.
Muitas panelas ficaram com vergonha e se esconderam. Outras ficaram com raiva por terem sido usadas de forma vil. Outras se resignaram e descobriram que não adiantou em nada todo o barulho que fizeram.
Comprovou-se que as mais barulhentas e corajosas panelas, tampas e colheres foram compradas e mantidas arrumadas em lojas de grupos também sujos, cheios de ferrugem.
Outras panelas também mostraram com o tempo que não estavam preocupadas em limpar o ambiente, mas, em tirar um grupo daquele ambiente. O outro poderia continuar.
O grupo que derrubou o outro grupo, usando as panelas como instrumentos de guerra, assumiu o controle da situação, e vem praticando descalabros em série, com atitudes iguais ao grupo derrotado (com o cuidado de negociar com outros grupos oxidantes para não deixar o primeiro time voltar).
E as panelas? Não continuariam o barulho, não mais incomodariam? Ou estão as panelas satisfeitas com a palha de aço enferrujada que usam nelas agora?
03/08/2016