Saudades da Minas Gerais
Saudades do nascer do sol entre as montanhas
Das montanhas que me rodeavam
Do pedaço de Mata atlântica que eu via nelas
Saudades também dos prédios que me cercavam no meio do vale
Do rio Paraibuna que cortava a cidade
Saudades daquele sonho de estudar nos melhores colégios e na renomada universidade da cidade
Saudade de subir os morros e conseguir ver a cidade inteira
Conhecer todo aquele labirinto
De não sentir o ar rarefeito por ter nascido ali
Única altura que eu gostava era ali pois estava em terra firme
Saudades de andar na linha de quebrar as regras e andar na linha de trem
De cantar gritando com meus amigos
De fazer sinal para o trem e ele apitar em resposta
Contar quantos vagões ele tinha até terminar de passar
Ouvir o som dele passando e tremendo o chão
Saudades dos desfiles militares
Das festas do dia das crianças nos batalhões
Touro mecânico, pula pula, jacaré e algodão doce
O chup-chup que minha mãe vendia nessas festas era o melhor
Boas lembranças eu colecionei
Mas cada vez que eu volto la é uma dor
Pois dói lembrar que tudo aquilo não voltará
Permanecerá apenas na minha memória
As pessoas mudam de endereço
A escola muda seus costumes
Talvez nem cantem mais o hino Nacional na entrada nem comam cachorro quente no intervalo
Lojas fecham e abram
Não pode visitar nenhuma vez a loja da minha amiga e nem poderei mais
A via férrea tem mais segurança
Os prédios caem aos pedaços
E só a minha lembrança se torna algo bom
Algo que não quero que de apague
Pois me trás alegrias e risadas
Saudades dos momentos que vivi naquela terra que agora é tão distante e que acalenta meu coração