A CELEUMA SOBRE A IA

A CELEUMA SOBRE A IA

"COGITO... ERGO, SUM" !

("Penso, portanto existo" !)

RENÉ DESCARTES (1637)

A primeira pergunta a ser respondida é se esta famosa IA - Inteligência Artificial "fala" LATIM, grego, japonês ou pelo menos mandarim ou polonês, quem sabe russo ou alemão ?! Não, queridos leitores apavorados, o idioma único da I -- além dos programas de PC em Fortran, Cobol ou C+++. claro -- é o nem tão universal INGLÊS, Inglês erudito e não o cheio de gírias e "meias palavras" ("brow", em vez de brother) do Harlem e das canções e "batalhas" de rap e funk.

A pergunta seguinte é se a iA sabe responder sobre como fazer os diversos "nós de marinheiro", sobre as brincadeiras das crianças angolanas ou a respeito dos diferentes NÓS dos lenços de cabeça de suas mães ?! Não, isso a IA também NÃO SABE, a não ser que tais informações venham a ser inseridas EM SUA LINGUAGEM algorítmica -- em Inglês, de novo -- e, mais ainda, que tais escritos tenham sido teclados e POSTADOS em algum PC de qualquer parte do Mundo. Aí, sim, o artigo sobre "nós" ou "lenços" vira CONTEÚDO UNIVERSAL a ser acessado "em nuvem" por qualquer mortal, estando ele em Inglês ou em Bantu, gitongo, quimbundo, gêge, etc.

E temos a terceira questão: a IA "SABE" qual idioma é aquele e SABE que precisa "traduzi-lo" para sua Língua ?! DUVIDO !!! O programa de PC -- sem o qual a IA não vive, NÃO EXISTE - está preparado para LOCALIZAR em qualquer parte do Mundo a expressão "cogito, ergo sum" "caçando" cada termo separadamente ou os 3, num conjunto. Os PCs (e a IA) usam o sistema de "quebra-cabeça", brinquedo comum a todos nós que fomos crianças ou adultos nos anos 1950/70... entre as 200 ou mesmo 500 PEÇAS quase iguais no formato, partimos do princípio de que 1) céu e mar são azuis; 2) plantas e florestas são verdes, e 3) o tigre e a girafa são amarelos... e assim por diante !

Voltando ao "COGITO, ERGO SUM"... o Google, sempre deficiente, vai localizar separadamente cada vocábulo e todos os PCs só saberão QUE É LATIM se um humano meio idiota OS INFORMAR. É assim que funciona ! Porém ,a IA é especial, "sabe tudo de tudo"... é o que estão "vendendo" por aí os malandros de sempre, desde que a Serpente (que falava !) "furtou" a Maçã e a deu para Eva, que a repassou ao Adão. Essa estória está em SÂNSCRITO, que virou ARAMAICO, depois HEBRAICO, que virou IÍDICHE, o idioma atual de israelenses (e palestinos ?), provavelmente o único (dos 4) que está REGISTRADO nos PCs mundiais e certamente o ÚNICO IDIOMA que a IA irá reconhecer. (*1)

Meu irmão mais velho contava a estória de 2 cães que pretendem atravessar movimentada avenida: o cachorro da madame abaixa a cabeça, fecha os olhos e... vai; se tiver sorte sai vivo e bem da "aventura" ! Já o "vira-lata" avança aos pouquinhos, olhando para os lados, pára, recua se for preciso e chega ao outro lado com certa demora mas inteiro, se não topar com algum "animal" ao volante, o que não é difícil nos dias atuais. Neste Século XXI estamos todos parecidos com estes cães !

Não, amigos, a IA "não pode tudo" ! Os PCs ainda não se ligam sozinhos e precisam de energia elétrica para funcionar. Sem ela não há IA que sobreviva... e basta um "xiíta" do Hamas, do Hezbollah ou da Alkhaida (irritado com as notícias sobre eles) e 1 carro-bomba para pôr fim "a meio Mundo" internético. E NÃO SE ILUDAM... a IA é a nova "pirataria digital": pega seu texto (ou desenho, música, o que for) sem te comunicar, junta nossa obra a de outros também NÃO AVISADOS (nem recompensados), faz uma "SALADA literária ou musical" de pouco sentido e VENDE isso para que um preguiçoso ou incompetente possa dizer que "aquilo" É OBRA SUA (?!), mais um "milagre cibernético". O Mundo já foi bem mais DECENTE !

"NATO" AZEVEDO (em 8/maio 2024, 6hs)

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OBS: (*1) - idiomas com caracteres -- como o japonês, o árabe ou chinês -- ou com letras "especiais" (grego e russo) seriam identificados pela IA sem dificuldade.

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ADENDO AO TEXTO - por uma dessas coincidências do Destino acabo de encontrar exemplar de MARÇO DE 1996 (é isso mesmo !) da rev. "SuperINTERESSANTE" com o texto "MIT - AQUI SE FABRICA O FUTURO" (pags 46 a 57) nos informando que... "a expressão "inteligência artificial" surgiu logo depois da invenção do computador, em 1 946". Somente em 1959 o matemático Marvin Minsky juntaria cientistas de diversas áreas para fundar -- dentro da universidade americana MIT -- o "AILab", o primeiro centro do mundo exclusivamente voltado para a "mente" das máquinas (computadores, robôs, TVs, videogames e tudo o mais), todas elas CONTROLADAS por programas. Na evolução atual, estes "robôs", "homens de lata" corrigem suas falhas anteriores, aperfeiçoando seus desempenhos. Resta saber se 1) se tornarão infalíveis, ou 2) terão PANE, "bugg", curto-circuito funcional por ausência do que "CORRIGIR" em suas funções ?!

Ora, se estão ficando TÃO HUMANOS, tendem a repetir características de seus "pais"... é o que afirma a jornalista Ana Cristina Rosa em "A 'Inteligência Artificial' e o Racismo". (in "Diário do Pará", 6/maio 2024, pag. B10, apud FOLHA/SP)

"A 'INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL' E O RACISMO"

(...) Há muito se supunha que a "IA" poderia servir para reproduzir o racismo. Tratei do tema na coluna "Códigos de Preconceito", em 2021. O que era hipótese ganhou ares de certeza com a publicação, pela Universidade Cornell, de um estudo de pesquisadores do Instituto Allen de Inteligência Artificial. O documento revela que "à medida que as ferramentas de 'IA' ficam 'mais inteligentes', se tornam mais racistas.

Modelos de linguagem como ChatGPT (da OpenAI) e Gemini (do Google) mantêm estereótipos racistas sobre falantes do inglês vernacular afro-americano (criado por negros) e tendem a descrevê-los como "estúpidos e preguiçosos". Além disso, a "IA" se mostrou mais propensa a encomendar a pena de morte a réus que usam esse dialeto e a indicar salários e empregos piores aos falantes da linguagem. Práticas racistas são multifacetadas. (...) Frente à sofisticação da camuflagem do racismo, diretrizes criadas para regular conteúdos de modelos de linguagem têm se revelado ineficazes.

"Inteligência Artificial" não é mágica. São humanos que decidem o que as máquinas fazem. Assim, elas reproduzem crenças sociais e têm servido de instrumento de discriminação, violando princípios, como a igualdade. É equivocado atribuir a uma ferramenta a responsabilidade por problemas criados por pessoas. Mas também é evidente que, ao ser desenvolvida com dados analisados por uma perspectiva racista, a "IA" multiplica e até aprofunda desigualdades e injustiças que ameaçam grupos sociais predeterminados.

ANA CRISTINA ROSA (jornalista)

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NOTA DO AUTOR: desafiei (sem ter resposta) um desses "arautos da Nova Era", que tem seu paraíso particular no Facebook... lá anuncia com estardalhaço a "criação" de MAIS DE 61 MIL ebooks, todos realizados pela IA.(ou AI, no caso). E os "oferece" para os incautos de sempre APOREM SEU NOME nas tais "obras", como geniais "NOVOS AUTORES" de cada uma. É mais ou menos isso... e não sai de graça ! Gostaria de ver a tal IA produzindo um "CV" (será que ela sabe o que é ?!) com o título de "EU SOU A IA !" e apenas 15 linhas de texto, nem mais nem menos. Vamos ver como "a AI dele" (?!) se sai da tarefa, mera Redação barata, "autoanálise" personalíssima de seus "circuitos neurobioeletrônicos". (*2)

Nesta manhã de sexta-feira, 10 de maio/2024, perdi tempo e paciência tentando contactar com os "responsáveis" pelo site "EBOOKMAKER.AI", com propaganda no Facebook. Um robô (chatGPT?) te responde com outra pergunta, EM INGLÊS, claro, questionando se queres tua resposta EM INGLÊS ou Português. E não adiante insistir... enviam apenas esta mensagem !

Ora, pelo visto a "inteligência" da tal AI não é tanta assim: se faço um questionamento EM PORTUGUÊS, porque deveria ter a resposta em grego, latim ou... Inglês ?! A tal "empresa" é audaciosa: 1) cria ebooks completos (?!) com apenas 1 CLIQUE e em 5 minutos e "todos os ebooks gerados aqui SÃO LIVRES de direitos autorais". (sic) E vai além: "na EBOOKMAKER.AI nós queremos que você seja dono DAS SUAS CRIAÇÕES". (sic) (?!) Pode uma sandice dessas... em pleno século de PROTEÇÃO aos "copyrights" ?!

Em partes do anúncio "insinuam" que é DE GRAÇA e em outros anúncios quase iguais há um "COMPRE AGORA" ! Na página inicial se apresentam como CRIADOR (seria melhor, plagiador) de conteúdo digital, com uma espécie de "SELO" de... "plataforma AI-powered". (sic) Eis a "nova Era" da cópia cínica, descarada... meu irmão tem "um fã" dos escritos dele que COPIA tudo o que meu mano produz e repete os textos no seu espaço, ASSINANDO como dele os artigos de meu irmão e, pior, modificando trechos de alguns. E não adiante reclamar, não temem processos e nem represálias. É o final dos tempos !

"NATO" AZEVEDO (em 10/maio 2024, 22hs)

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OBS: (*2) - o email SUPORTE da tal "empresa virtual" me respondeu dizendo QUE NÃO FAZ esse tipo de serviço (no caso, o minitexto), mas SOMENTE "EBOOKS".

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Por estranha coincidência, a economista e professora americana DEIRDRE NANSEN McCLOSKEY escreveu recentemente (in "Diário do Pará, 22/maio 2024, pag. B10) um artigo sobre o tema: "A IA NÃO É AMEAÇADORA", do qual repasso os trechos mais significativos:

"Como todo mundo, eu continuo me deparando com os resultados da inteligência generativa. NÃO ME IMPRESSIONAM, IA é a ideia de um "conhecimento", qual seja, pilhas de fatos. Sua novidade reside apenas no fato de reunir entre os "fatos" da pilha as opiniões expressas pelo escritor médio. Assim, seu produto parece um artigo escrito por um jornalista de quarta categoria. Tecnicamente falando, a IA funciona lendo, digamos, todas as edições da FOLHA desde 1921 e depois usando esse conjunto de textos para prever qual será a palavra seguinte, para responder a uma pergunta ou tarefa. A palavra "responder" é usada aqui livremente.

A IA não é um ser humano e, portanto, sua escolha da palavra seguinte não inclui a SUPOSIÇÃO sobre outras mentes ou o entendimento DAS INTENÇÕES de outras pessoas ao fazer a pergunta. ELA NÃO "ENTENDE" NADA. Ela não pensa, pelo menos se pensar envolver mais do que conhecer fatos úteis para prever a palavra seguinte, como que em Português, "o, a, os ou as" (...) Se você pedir á IA para escrever uma Coluna DEIRDRE para o jornal, ela lerá tudo o que [a jornalista] escreveu para a Folha e compilará 375 palavras de coisas muito chatas, totalmente sem originalidade, sem qualquer ideia nova, é claro, mas mencionando muitas vezes "humanomia" e "economia" e até mesmo "a". (...)

A Wikipédia é muito melhor. É uma máquina que "entende". Posso, por exemplo, detectar a política dos escritores. A política acaba sendo importante para a ciência, mesmo ao se referir a camponeses mortos há muito tempo. É história real. Interessante. (fim do artigo)