Crer ou não crer?
Há que se discutir sobre a crença. Sobre acreditar. Crer. Aos mais céticos a palavra “crer” certamente remete ao religioso e, portanto, ao místico, ao empírico. É assim mesmo, empiricamente, que não se pode deixar de perceber que muitos cientistas, que desfrutam da oportunidade de serem metódicos, mesmo boa parte deles, crêem. O fato é que nós, por mais brilhantes que sejamos, continuamos desconhecendo a nossa origem. Continuamos sem saber o propósito de nossa existência e, por conseguinte, a do próprio cosmo. Continuamos simultaneamente questionando e desconhecendo os mecanismos da existência no sentido literal e no dimensional. Por mais conclusivos que sejam os cálculos, testemunhamos enganos colossais e conseqüentes retratações ao se perceberem os erros. (O mais recente foi o do Stefen Hawking sobre os buracos negros). Não é que essas ocorrências (que são poucas) desabonem as teses. (se assim o fosse estaríamos perdidos como civilização). Para explicar a diferença entre a fé e a ciência eu diria que uma está contida na outra. A fé ama a ciência porque a fez, e nós, não sabemos como. Já a ciência “odeia” a fé porque esta não lhe explica os seus segredos. Sei que é uma loucura atribuir sentimentos de amor e ódio a duas idéias de natureza aparentemente diferentes, mas é dessa forma que imagino ser o conjunto de motivações dos adeptos de cada um dos pensamentos. Em outras palavras, nós somos crianças como criadores e entendedores do universo, e este, teria sido feito pelo Criador cujos filhos rebeldes e auto-afirmativos (que são parte nobre dessa criação) não o reconhecem por não terem “idade” para tal. Um dos paradoxos humanos é precisar autoconfiança para evoluir e humildade para enxergar o exato ponto em que está. Pelo visto, o infinito tamanho do universo e sua incompreensível existência não são suficientes para dobrar o homem ao mostrar seus limites. Esses limites vão sendo ultrapassados, porém a passos caoticamente desproporcionais ao entendimento que o homem tem até de si e de sua própria evolução. Diante desse quadro, questionar a fé em que haja um Criador, tal como o é o próprio homem numa dimensão ínfima, parece ser um contra-senso. Não há explicação mais simples e abrangente do que Deus.