Águas
Águas
Vapores de águas banhavam um imenso jardim, de onde saíam gotas de vida por todos os lados. Porém, a mãe Terra ficou gripada e pediu para o senhor vapor parar de gotejar. Ambos ficaram magoados, pois o senhor vapor ficou sem poder sair do seu subsolo por alguns dias. No entanto, a senhora Terra começou a sentir sede, agoniada para ser regada. Então o senhor vapor veio em forma de forte chuva, um dilúvio colosal. Mãe Terra ficou submersa por longos dias. Depois de um bom tempo, a chuva e o vapor resolveram fazer as pazes com a mãe Terra. Contudo, a mesma já não era a mesma; a mãe Terra estava desfigurada pelo dilúvio. Então, a senhora Chuva e o senhor vapor resolveram não mais brigar com a mãe Terra. Porém, às vezes as brigas voltam e seres humanos, animais e vegetais pagam o preço das inundações causadas por suas birras. Além disso, os seres humanos exageram em sua vaidade e prepotência ao construírem represas para prender tanto a Terra quanto a Chuva e o Vapor. Quando não, Lua, Estrelas e Sol se escondem em nuvens de imparcialidade. Águas dentro, águas fora: as águas dão vida, ceifam vidas, secam fontes, transbordam. As maldades humanas se afloram e se espalham como águas de toda forma maquiavélica. Enfim... Esperamos vapores e gotas de paz e sossego no silêncio de toda natureza que grita aos ouvidos de corações frios e calados.