AS DORES DA ALMA CONFUSA

Tamanho é o vazio, aquela amarga sensação de que algo importante outrora ali já não está, evaporou, sumiu no sopro leve da brisa. Esse nada absoluto simplesmente toma conta da alma e machuca sem dó e a pouco e pouco abre as comportas das lágrimas tranquilamente represadas. Daí é impossível reter, elas vem em enxurrada se espalhando pelas faces de olhares perdidos. Então choramos e pranteamos sem nem saber por quê .

Que resta ao coração amargurado em momentos assim, de desalento, de ausências sentidas, de lembranças que doem, de tristezas reprimidas? A agonia do silêncio quebrado pelos soluços desritmados. Talvez não haja nada além de um abraço capaz de mitigar esse sentimento sem explicação que tantas vezes arrebata o âmago de nosso ser.

Dir-se-ia que todas as chaves do mundo trancaram a ternura quando algo assim nos surpreende. Ou que o amontoado de saudades esquecidas fluiu de uma só vez e encheu as nuvens de um negrume intenso. Por onde andariam os sorrisos verdadeiros nessas ocasiões, as palavras de conforto, o afago das mãos amorosas? Quem sabe? Ninguém, as respostas se perderam no caos dos conflitos e controvérsias humanas. Tamanhas são as dores da alma confusa.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 09/05/2024
Código do texto: T8059746
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