UMA DECISÃO DIFÍCIL

O segundo semestre do ano de 2023 foi profundamente doloroso para mim, uma vez que tive a necessidade de tomar uma das decisões mais importantes e difíceis da minha vida. Tal decisão dizia respeito aos cuidados que eu deveria ter em relação à minha mãe, doente e idosa, no momento em que eu já não encontrava mais pessoas disponíveis e habilitadas a cuidar dela, enquanto eu trabalhava. O que fazer, que medidas poderia adotar e como eu ficaria diante desta situação – eram algumas das dúvidas que me atormentavam.

Eu assumi a responsabilidade de cuidar dos meus pais por volta dos anos 80, ocasião em que eles se transferiram de Baixa-Verde para Natal, quando ocorreu um grande tremor de Terra na região do Mato Grande. Cuidei do meu pai com todo o cuidado e carinho possível, até o momento em que Deus o convidou para fazer parte da Orquestra do Céu, onde ele foi ocupar a vaga de trombonista.

Cuidar do meu pai não foi tarefa fácil, especialmente porque ele era portador de uma doença grave, incurável e da qual somente eu tinha conhecimento. Silenciei a respeito, porque se minha mãe soubesse que ele não tinha como sobreviver à tal enfermidade, ela não suportaria saber a verdade, de modo que para mim, seria mais difícil suportar a carga de cuidar dos dois.

Depois da partida do meu pai, dediquei-me aos cuidados para com ela, que apesar de sofrer com a ausência do marido, acostumou-se a não o ter mais a seu lado. Nossa vida seguia tranquila até que ela sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), e, embora sem sequelas, ficou mais debilitada, frágil e precisando de mais atenção. Foi então, que contrariando seu desejo, contratei uma secretária do lar, para administrar os trabalhos de casa.

Algum tempo depois, ela sofreu um enfarto de miocárdio, necessitando de internamento hospitalar, enquanto eu e minha irmã nos revezávamos entre casa – trabalho – hospital. Ao retornar para casa, ter uma pessoa para cuidar dela e outra para cuidar da casa se tornou imperioso.

Mas foi justamente no segundo semestre de 2023 que as duas pediram demissão para cuidar de suas vidas e de suas famílias. Eu e minha irmã procuramos outras pessoas para assumir o lugar delas, sem sucesso. Enquanto isso, as pessoas próximas de nós sugeriam que a gente colocasse nossa mãe em uma Clínica Geriátrica, o que ia de encontro com nossas crenças. Afinal, não faz parte de nossa cultura deixar nossos pais velhos e idosos em lugares que não sejam suas próprias casas.

Para mim foi um momento desesperador. Fiquei muitas noites sem dormir e não conseguia trabalhar direito. Cabia unicamente a mim tomar uma decisão sobre o que fazer, já que eu não tinha como trabalhar, cuidar da minha mãe e seguir cumprindo os compromissos assumidos previamente no curso da minha vida. Minha irmã também não podia cuidar dela, uma vez que, embora mais jovem, é mais doente que nossa própria mãe.

Então, depois de muito refletir e rezar, pedindo a Deus e a Nossa Senhora uma orientação sobre a melhor solução para o impasse que vivia, encontrei um lugar ideal para colocar a minha mãe, contando com a aceitação dela.

Foi graças à intervenção divina, que fui encaminhada ao Residencial Geriátrico Bem-Estar, onde minha mãe vive hoje, feliz, muito bem cuidada, recebendo todos os cuidados e carinho de que necessita, enquanto eu estou tranquila por saber que ela está bem.

No Residencial Geriátrico Bem-Estar, ela conta com o atendimento especializado de enfermeiras, cuidadoras, nutricionistas, fisioterapeutas, geriatras, arteterapeutas, além da companhia de outras idosas e o carinho das responsáveis pelo lugar: Christiane, Nice e Wilson – esposo de Christiane, que além de dar apoio logístico à casa, ainda ora pelas internas, levando alívio e alegria para elas.

Hoje, posso afirmar sem medo de errar, que minha mãe não poderia estar em lugar melhor. E ela não me deixa mentir: a Cada vez que a visito, ela está sorridente, feliz e ainda faz elogios a forma como é tratada por todos. “Esta casa vive em festa”, diz ela.

Isto porque, Christiane promove festas de aniversário das internas, comemora dia das mães, dia da mulher, festa de Carnaval, enfim, as velhinhas vivem seus dias ouvindo músicas e participando de festividades. Tudo respeitando suas limitações e seus gostos.

Portanto, só tenho razões para agradecer a Deus por ter me conduzido a este endereço no qual encontrei Christiane & Companhia, que me ajudou a quebrar meu preconceito sobre residências geriátricas e que faz dos cuidados com os idosos, uma missão de vida. Graças e ela, eu me sinto em paz por ter tomado a decisão mais difícil da minha vida.