“Vencer ou morrer...”
Como participante de um curso de crônicas, fiquei com a tarefa de escrever uma;
para apresentá-la no meu grupo de estudo, o que me proporcionou um “frio na
barriga”, isto porque, escrevo há um tempo, mas somente como “hobby”, textos que
podem ser chamados de “crônicas”, mas agora uma escritora profissional e ainda
especialista no gênero, iria analisá-lo, e outro fator é que o tema escolhido “reality
shows”, que não é o meu forte: Além de uma rápida enquete com familiares e amigos, o jeito foi fazer uma pesquisa; e graças ao bom Deus existe um “guru” deste século; chamado “senhor Google”. O qual, quando há dúvidas; entra em cena e esclarece; assim eu, como grande parte da população terrestre, a ele recorremos – obviamente, desta vez, eu também recorri!
Então, e resolvi abordar superficialmente nessa crônica, apenas os seguintes aspectos; suas origens; seus objetivos; sua história, e claro: sobre os seus personagens e públicos – então vamos lá: Os “reality shows”, como conhecemos hoje, podem ser atribuídos aos Estados Unidos, onde surgiram na década de 1940, com programas como “Candid Camera:” e foi um “reality show” americano com câmeras escondidas, com versões do programa aparecendo na televisão de 1948 a 2014. Originalmente criado e produzido por “Allen Funt”, que, muitas vezes apresentava piadas e inicialmente começou no rádio como The Candid Microphone em 28 de junho de 1947.
E a partir dele, como modelo, outros apareceram e se proliferaram por esse mundo afora: sempre no formato competitivo, tendo como base, os costumes de cada país onde são apresentados.
Mas uma curiosidade, é que que esse gênero de entretenimento tem suas raízes em eventos da antiguidade, como os espetáculos no Coliseu Romano.
Antigamente, os romanos eram entretidos por diversos tipos de eventos, como
competições de gladiadores, corridas de bigas e encenações teatrais. Eram competições onde os personagens lutavam entre si, e o lema era vencer ou morrer. Esses eventos
eram muito populares e atraíam grandes multidões, assim como os reality shows
atuais. E com o surgimento novos canais de televisão e de novas mídias, aumentaram sua audiência, de maneira exponencial, atingindo milhares de telespectadores ao redor do planeta. Mas, voltando ao público romano; eles também tinham uma fascinação por heróis e ídolos, algo que ainda pode ser visto nos reality shows de hoje, onde os participantes muitas vezes se tornam celebridades instantâneas, se vencedores, é claro!
No entanto, é importante destacar que, embora os reality shows sejam criticados por
alguns como uma forma de entretenimento superficial e alienante, há uma diversidade
de públicos e espectadores que os assistem, com motivos variados. Nem todos os
que os assistem são alienados: nem todos aceitam passivamente as regras do capitalismo.
Existem aqueles que enxergam os programas como uma forma de escapismo ou
entretenimento leve, além daqueles que simplesmente apreciam a competição e o
drama proporcionado pelos vários personagens, em especial àqueles que se tornam protagonistas.
Embora o objetivo comum destes programas sejam: “o de comunicação e lazer para as massas”. Não se pode generalizar o comportamento de sua audiência. (Acho simplista e injusto afirmar que todos os espectadores desse tipo de programa são alienados e não questionam o sistema em que vivem.)
Liberdade de escolha, sim: trata-se da base da democracia. Cabe a cada indivíduo decidir como ele consome e interpreta esse tipo de entretenimento. Portanto, acho que nem todo telespectador desta modalidade de shows, é um “alienado” ...
Você leitor pode acreditar – mas estou inseguro em escrever esse texto, confesso que o nervosismo que estou passando, é reflexo da minha ansiedade, pois “estarei na berlinda”. É quase como se eu fosse um dos participantes de um “reality”, pois, na próxima semana. quando terei que apresentar esse texto, lendo-o em voz alta, para os meus colegas de turma, e aguardar as considerações finais dos colegas e da mestra: que ao avaliá-lo, me dirá, se esse texto tem características de crônica ou não! O receio de não fazer bem-feito, deixou-me com os nervos à flor da pele, e já estou em contagem regressiva... Se eu estou me sentindo assim, imagine, se fosse uma competição com prêmios milionários, como o BBB, aqui no Brasil, provavelmente eu não teria a mínima chance. É compreensivo como fica o emocional dos participantes: pois o público vai eliminando um a um no decorrer de cada temporada. É uma batalha a conta a gota, programa a programa- Penso que, para os concorrentes, é impossível não se estressar no dia a dia enclausurado até a prova final. Provavelmente meu coração estará acelerado na semana que vem, quando chegar a minha vez. Acho que cada personagem destes realities, tem que lutar. Claro, que não mais com a espada, mas com seu mundo interior – uma luta com os próprios sentimentos. Vencerem a si mesmos, pra depois vencer os concorrentes. E ser eliminado deve ser uma sensação de “morte” - morte a esperança de sucesso, e, certamente o brilho e a esperança se apagam. Sem o tão sonhado prêmio, vem o sabor da derrota, junto com um vazio enorme. Ainda bem que nos dias de hoje, competir, não significa “Vencer ou morrer”, como na antiga Roma.
Caro leitor, aguarde-me que na próxima semana, escreverei outra “crônica”, contanto se foi um final feliz, ou não!