Meu canto a Natal, a aldeia onde nasci.
Hoje falo da minha aldeia; aqui onde o sol se faz presente durante os quase 365 dias do ano. A luminosidade é tanta que às vezes ofusca olhares não acostumados e ela, a minha cidade, desnuda-se ao sol, cobrindo-se tão somente com o azul celeste. Vaidosa por natureza, Natal é cortada por dunas, que ainda vejo aqui da minha janela. Altiva, tem o mar aos seus pés. Um mar que a mim acalma e emociona, quando chego no alto da Ladeira do Sol ,e todas as vezes,sou assaltada por sua visão majestosa. Natal, "a noiva do sol" como disse Câmara Cascudo, seu filho mais ilustre, ainda tem muitos encantos naturais. O Rio Potengi presenteia todo santo dia com um pôr-do-sol inebriante. Coisa mais linda de se ver! E a Via Costeira que nos leva entre as dunas e o mar à Ponta Negra, praia que continua linda apesar da especulação imobiliária. Ponta Negra é um amor antigo, desses que a gente sente que vai mudando, não como gostaríamos, porém permanece vivo. Basta olhar ou mesmo fechar os olhos e vejo o Morro do Careca fechando um canto de mar. Natal com seus mais de 700.000 habitantes, segundo o IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, acolhe turistas, aventureiros e forasteiros com seu calor de boas-vindas. Todavia essa face turística é só um aspecto dessa pequena aldeia, que chega a ser cosmopolita nas noites no Alto de Ponta Negra, haja vista as variações dos sotaques. Aqui há moradores como em qualquer outra cidade do mundo que acordam para trabalhar, levam seus filhos á escola, pagam impostos, amam e constroem famílias. Recebemos bem os novos empreendimentos. Particularmente adoro shoppings centers e os freqüento várias vezes por semana. Vive-se bem aqui onde dizem o ar é o mais puro das Américas. Só me incomodam o calor, abrandado pelo vento sudoeste e o crescimento desenfreado. Sei que as instituições estão atentas ao segundo problema e do calor vou me refugiando como posso. Eis meu pequeno canto de amor à aldeia onde nasci.