Por mais "madonnas"
Vai muito além de se gostar ou não de determinado estilo musical (eu não gosto das músicas da Madonna), o reconhecimento da importância do trabalho da cantora estadunidense Madonna. A artista foi uma das importantes vozes de luta contra o preconceito aos portadores de HIV nos anos 1980; lutou contra o conservadorismo patriarcal (desculpe a redundância) e a hipocrisia religiosa. Mesmo que tenha se utilizado de meios questionáveis (até chocantes), o resultado foi positivo. Sim, o movimento LGBTQIA+, por exemplo, encontrou em Madonna apoio. Não devemos nos esquecer de como sofreram os primeiros aidéticos (homossexuais ou não, eram vítimas de preconceitos), e de quantos artistas, mundo afora, como Freddie Mercury, Renato Russo, Cazuza, sofreram as mazelas da doença e do preconceito (fomentado pelas religiões "cristãs", principalmente, que falavam que a AIDS era castigo de Deus sobre os homossexuais (não se usava o termo LGBTQIA+)).
Artistas como Madonna, David Bowie (in memorian), Raul Seixas (in memorian), Gilberto Gil, são fundamentais na luta contra os preconceitos sociais e religiosos. Em um mundo musical a cada dia mais pobre de criatividade, pessoas assim fazem muita falta. Onde estão as vozes de protesto hoje em dia? Músicas atuais são todas iguais, com os mesmos temas e estilos.