Na minha derme

Meu sorriso conta bem pouco de mim... Já ofertei à pessoas mesmo estando com a alma dilacerada, já dei risadas quando o que eu queria mesmo era me afogar em lágrimas... lágrimas?... quem as enxugou quando rolaram copiosamente e riscaram minha face com seu salgado lavando (e levando) minhas angústias?... as pessoas que sorriram comigo não estavam lá para fazer meu pranto cessar, sempre fui de amparar, jamais de me permitir ser amparada. E não é por orgulho ou algo do tipo, é que desde muito nova precisei ser forte e esconder minha tristeza por conta das tragédias que ocorriam bem próximas de mim. Incontáveis vezes chorei e sendo flagrada, era interpretada erroneamente, como se o choro fosse para chamar atenção... talvez esqueceram de me perguntar o motivo, e só isso já era triste demais de ser sentido, para alguém com a sensibilidade à flor da pele. Lendo um livro que trabalha o tema da sensibilidade (um verdadeiro manual para pessoas que se enquadram nesta característica) comecei a compreender melhor a minha forma de enxergar o mundo e como sou enxergada pelos demais. Estou tentando adotar as posturas necessárias para lidar com vários fatos em meu entorno. E no meu interno, os reflexos são visíveis: pacificaram minhas emoções e me deram a real dimensão da maneira do meu sentir. É como se todas situações difíceis que experienciamos, nos arrancassem pedaços, e o livro nos incita a usar esses excessos de estímulos a nosso favor. Por fim, aquilo que era para nos ferir , "aniquilar ", diminuir ou enfraquecer, leva -nos a incorporar a força propulsora que até então estava "adormecida" em nosso interior. Sou obra inacabada, estou sempre em construção. Se hoje eu desabo, dos escombros retiro matéria prima abundante para reconstruir-me. Ter essa percepção diante das adversidades, prova que a vida é repleta de possibilidades e que podemos testá -las. Não deu certo agora, pode ser que a espera seja a medida mais sensata. Não deu em nada, olhe para o resultado que tais experiências provocaram dentro de ti. Não se sentiu valorizado, valorize seus esforços e dedicação. Todos sabem da lei da ação e reação, mas perdem a noção quando se sobrepõem às mesmas, tentando "forçar a barra". Forçar pressupõe obrigar, e tudo que é obrigado, é extremamente desnecessário, pois demanda força além da própria condição que delimita. Mas o desapego, ahhh... o desapego... nos torna livres de qualquer amarra , de tudo que se quer conquistar na marra, e só por isso, sem valor algum.

Deixar ir é a melhor solução. As árvores hibernam no outono, ficam despidas de suas folhagens, todas caídas ao chão e mesmo mortas, trazendo beleza para a estação. Entretanto, suas raízes estão mais fortes do que nunca, a seiva bruta trabalha para trazer renov(ação. Com a ação do tempo como aliado, a paisagem deslumbrará nossos olhos novamente, e na Primavera, flores e frutos darão um show à parte. O mesmo ocorre com você quando permite que o amor próprio entre em ação... você recomeça numa nova versão, em sintonia com o seu cor(ação).

Fênix Arte
Enviado por Fênix Arte em 05/05/2024
Reeditado em 07/05/2024
Código do texto: T8057071
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