ALTERAÇÃO CLIMÁTICA LOCAL

Que maio é esse que estamos vivenciando neste 2024, a impressão que fica é a de que estações não obedecem mais àqueles princípios básicos e históricos.

Nesse momento, deveríamos pelo menos em tese, estar vivenciando uma transição do verão para o inverno, mas temperaturas insistem em permanecer acima dos 30 graus, e ninguém se lembra mais quando foi que efetivamente choveu de verdade no sudeste.

A única pista que restou do outono, se apresenta num horário quando a imensa maioria da população se encontra relaxada em seu reconfortante sono noturno, momento esse que ultimamente permite assistir a névoa úmida baixar sobre a cidade, criando uma espécie de bruma, que turva a paisagem, umedece calçadas e ruas, resultando num brilho especial que se reflete tanto vias, como nos poucos veículos que ainda transitam pela madrugada.

Nesse momento, termômetros marcam as mínimas diárias, dando desconforto aos animais de hábitos noturnos, enquanto complica a vida da população sem teto, vagando por logradouros desertos que caracterizam o centro das capitais brasileiras e cidades de grande porte.

Quem teve a felicidade na juventude de ser considerado “rato de praia”, do tipo que dispunha de muito tempo livre para permanecer cotidianamente às praias, teve oportunidade de incorporar muito conhecimento da natureza.

Rapidamente se deu conta do comportamento da órbita solar, apreciando sua constante movimentação, ora declinando em relação ao norte, até atingir o solstício de inverno, quando os dias ficam mais curtos e menos ensolarados.

Em contraposição, no solstício de verão o maior número de horas de sol, com o astro rei a pino, e claro, com temperaturas habitualmente suplantam os temíveis quarenta graus acompanhados de sensação térmica, que se aproxima daquela típica de uma sauna seca.

A temperatura das águas do mar perdeu de vez sua lógica, quando contrastes faziam parte da realidade, em outras palavras, verão de águas gélidas e inverna com temperatura mais amena das águas. Hoje, só quando mergulha, você terá noção da temperatura marinha.

Ventos permanecem como o elemento mais estável, com vento nordeste mantendo aberto ou limpando o céu, enquanto o sudoeste não se preocupa em importunar a vida de uma cidade balneário, onde seu morador com ênfase para a Zona Sul detestam dias nublados, que indicam risco eminente de chuva.

Enquanto isso em outras regiões, ênfase para o sul, as catástrofes climáticas passaram a fazer parte do calendário de eventos, com uma característica peculiar, um crescimento constante das vítimas, tanto as ocasionais, como as fatais.

Mas tudo isso que tem ocorrido ainda não foi suficiente para sensibilizar autoridades das três esferas governamentais, mas infelizmente tudo permanece como dantes no quartel de Abrantes.

Alcides José de Carvalho Carneiro
Enviado por Alcides José de Carvalho Carneiro em 04/05/2024
Código do texto: T8056417
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