Madonna está no Brasil novamente. A mulher mais famosa do mundo vaifazer o último show da sua bem sucedida Celebration Tour, que comemora os 40 anos de uma das mais importantes e relevante carreira da história da música, nas areias de copacabana. Acredita-se que a cantora tenha o maior público de sua gigantesca carreira.
Além de ser uma popstar poderosa, Madonna é uma diva imbatível nos palcos. Ela marca o final de uma era de grandes estrelas planetárias. É uma das únicas que ainda consegue lotar estádios e bater recordes de públicos em qualquer lugar do mundo. Dificilmente haverá outra Madonna, porque ser Madonna exige coragem, autenticidade e uma determinação que não vejo em nenhuma artista atualmente. Ela é a única estrela que começou nos anos 80, que se reinventou, sobreviveu ao show busisness e continua faturando somas astronômicas que a colocam no patamar de uma das artistas mais bem pagas do mundo.
É lamentável o etarismo que Madonna sofre ao ser cahamada de velha caquética, principalmente por mulheres. A relevância de Madonna vai muito além de seu valor como artista. Usando a sua fama, que lhe permtia falar com o mundo, ela influenciou e emancipou a mulher falando abertamente, sem pudores, de religião, sexualidade e com uma agenda libertária, deu seu recado: Nós podemos tudo. Vamos virar esse jogo.. Em uma época que a mulher era objetificada, ela objetificou o homem. Sua ídola é Marylin Monroe, mas a grande diferença entre as duas é que Marylin sofreu nas mãos do seus homens e Madonna transformou-os em seus brinquedos. Ela mostrou seus desejos, suas fantasias, bateu, apanhou muito, colocou o dedo nas feridas, na hipocrisia e jamais se dobrou ao machismo que ainda impera no mundo. Transformou a música pop em sua plataforma de luta a favor de minorias, desmentindo o estereótipo da loira burra, ganhando a seguinte definição de Mick Jagger: Madonna é umas das mulheres mais espertas que eu conheço. É uma máquina de fazer dinheiro.
Para nós gays, Madonna foi a nossa voz em uma época que não podíamos falar, vivíamos em guetos e até artistas gays se escondiam. Ela dizia com uma simplicidade genuína que não havia problema nenhum em assumir o que realmente somos. Nunca vou me esquecer o dia em 1985 que eu estava assistindo uma entrevista dela na MTV ao lado de minha mãe, que a ouviu falar naturalmente sobre a homossexualidade e o sofrimento da comunidade gay. Minha mãe ouviu dela o que eu não tinha coragem de falar. Nessa noite eu pensei: Como eu te amo Madonna. Em troca de todo esse amor, transformamos Madonna na maior estrela do mundo.
Madonna é a rainha do pop, mas seu trono não tem herdeiros ou herdeiras porque sua coroa é intransferível. Ainda me lembro quando ouvi everybody pela primeira vez e logo depois no MTV awards cantando like a virgin, vestida de noiva rolando no chão. Que mulher é essa? pensei espantado. Hoje 40 anos depois, vendo o frisson que ela ainda causa, faço a seguinte pergunta: Será que o mundo tão sofrido de hoje, carente de pessoas que defendam as minorias, está preparado para perder Madonna? Acho que não.
Long life to our queen!!!!!!