ZODIACAIS

Desde que, encantado com a beleza das noites sem nebulosidade ou claridade lunar, o ser humano ao olhar para cima deu tratos à bola para associar os pontos luminosos com tudo aquilo que fazia parte do seu cotidiano.

Afinal o nosso cérebro, para entender o que nos cerca, associa o novo ao que já faz parte do seu arquivo.

Daí e tal como no joguinho infantil, “liga os pontos” foi associando às formas e dando nomes às constelações imaginadas sem ter a mínima noção de que, se colocadas em perspectivas, as constelações não existem.

As distâncias astronômicas são de tal magnitude que apresentam dificuldade de entendimento até mesmo para quem é familiarizado com os sistemas métricos, assim como as formações dos corpos celestes são medidas em milhões ou bilhões de anos.

Talvez, na maioria das vezes, a luz que vemos foi emitida por estrela que explodiu em zilhões de pedacinhos ou refletida por planeta que foi “engolido” por buraco negro.

Em todo lugar sempre existiram pessoas sem escrúpulos e dispostas a levar vantagem das situações.

São os espertos, aqueles especialistas dotados de fluência verbal e capacidade de criar tipos incomuns; de alterarem as vozes de forma a impressionar os incautos; de predizer situações do cotidiano individual com base nas informações dos próprios consulentes e de estabelecer prazos e condições para que tais “visões” aconteçam e, principalmente, determinar comportamentos para evitar os malefícios das conjugações ou arrumação dos astros desde que recebam alguma prenda, normalmente, dinheiro.

Vamos imaginar que um ser humano esteja a cem milhões de anos luz de distante da Terra e veja a luz emitida ou refletida por um grão de areia da Ilha de Páscoa, de outro da Lapônia e outro de Madagascar, com intervalo de um, cinco e vinte milhões de anos entre eles. Pergunta-se:

- Qual a influência que isso pode ter no dia a dia deste ser humano?

- Considerando essa verdade, qual a razão para se dar crédito à falácia das previsões zodiacais?

Desde que eu me entendo por gente, se não perdi a conta, por seis vezes ou sete vezes já marcaram a data para o fim do mundo...