“O PAVÃO”
Já observaram um pavão, com sua plumagem elegante, belíssima? Porta-se como um verdadeiro rei, como se só ele existisse. Nunca olha para os lados, nem para traz, somente para a frente.
Se sente o senhor dos senhores. Belisca aqui, belisca ali, sempre pomposo, sempre elegante, parece sem mácula alguma.
Triste pensar!
Com toda aquela cauda cheia de olhos belíssimos, azulada, por onde passa nada vê, pois não olha para ninguém, somente para si próprio.
Não têm amigos, companheiros de outras espécies. Despreza até sua fêmea que é ela a continuação da espécie. Orgulhoso, levanta a cabeça, torce o nariz, como se fosse o único nesse mundão criado por Deus.
Não reconhece seus irmãos, sua família. Não reconhece ninguém. Só ele é o BOM. Só ele pode desprezar a quem quiser, pois é a mais bela ave que existe. Isso é o que lhe passa na desmiolada cabecinha.
Nunca olhou para baixo, pois lá, para ele, o que têm? Somente restos e ele não é um resto ou o resto.
Ele é o melhor, the Best. Nunca se deu conta de que sozinho ninguém sobrevive nesse mundo. Sozinho, ninguém é nada.
Nem o vento que não se vê e somente se sente não está só, precisa das árvores, de suas folhas para que possam dizer “ele existe mesmo”. Precisa das montanhas, dos vales verdejantes, de todas as flores, enfim, precisa de tudo e todos para provar a sua existência, E, o pavão, o que ele faz para mostrar isso? Nada, absolutamente nada.
Vive daquela pavoada colada atrás de si, como se fora uma coroa de ouro, para mostrar a todos sua imponência.
Aquilo, seu pavão, é apenas uma cauda.
Aquilo não lhe dá o direito de ser desonesto, infiel, mesquinho, ganancioso, fazedor de tristezas e humilhações.
Aquilo, seu pavão, é só uma cauda, que serve para abrilhantar os carnavais da vida, onde a diversão desenfreada impera por todos os lados. Onde todos se perdem em noites de orgia, malandragens, bebidas, drogas, infidelidades conjugais e tudo o que existe de menos importância mas que, no fundo, depreda os casais, os apaixonados, os enamorados, aqueles que desejam viver em paz, que constituíram um lar e que não desejam nada mais do que apenas viver.
Viver assim para que? Para que os outros te admirem? Só por causa das tuas belas plumagens? E tua descendência, tua dignidade, teu amor próprio, teu amor a tua família, e teus entes queridos? Será que tua cauda, pavão, fará com que todos se abaixem ao passares, como se um Rei fosses? Será que nunca olhastes para baixo e vistes como são teus pés?
Nunca percebeste que os outros riem de ti, por causa daqueles pés nojentos que possuis?
O ditado já diz: o bicho é lindo mas, aqueles pés cheios de mer...........
Lamentável, pavão, que mesmo que consigas voar, teus pés nunca te deixarão pois, quando pousares se encherão novamente de excrementos.
Bonito atrás e medonho embaixo.
É, pavão, a vida é assim. Cheia de imprevistos.
Por isso, retoma com carinho tua maneira de ser, de agir, de nortear tua vida, de não prejudicar ninguém, de não ofender as pessoas que te amam, te admiram e que desejam acreditar em ti, pois tens todas as qualidades para isso, basta desejares.
Então, se viveres como um pavão, terás uma bela cauda e pés cheios de excrementos mas, se quiseres viver com retidão, lava esses pés, limpa tua cabeça, tua mente, teus pensamentos, tua maneira de ser, de agir e então poderás te tornar alguém digno de confiança.
Assim, não serás mais como um pavão mas, como uma ave rara que apenas vive para alegrar as pessoas, tornando-as felizes.
Assim, caminharás com o Criador que te quer somente o bem e mesmo que muitas vezes fujas dos Seus princípios, Ele te amará sempre.
Procura voltar a ser amigo dos amigos, fiel nos teus princípios, nas tuas qualidades, nos teus anseios de uma vida melhor.
ELE te quer assim, a vida te quer assim, teus familiares te querem assim, tu mesmo te queres assim, por isso, busca que encontrarás, nem que tenhas que percorrer algumas milhas encontrarás dentro do teu próprio eu as respostas para todas essas tuas indagações.
“Sê fiel naquilo que buscas que, com toda certeza, encontrarás.”
JC BRIDON