LEMBRANÇA. ENGRAÇADA? SEI LÁ.

Como já me manifestei através de meus textos, neste aprazível Recanto, tenho necessidade de escrever. Isso me faz bem e alegra meu coração, ao compartilhar com as pessoas experiências ou situações por mim vividas. Algumas, posso dizer, foram imaturas, mas me fizeram crescer.

Hoje, 02 de maio de 2024, lembrei-me de uma situação vivida quando eu estava fazendo o curso médio no Colégio Municipal de Belo Horizonte. Não me lembro bem se estava no primeiro, segundo ou terceiro ano. Período de 1966/67/68.

Terminadas as aulas, por volta de dez e meia da noite, juntando-me a alguns colegas de sala, entre eles devo citar o Gabriel, João Bernardo, Clóvis, Lázaro, Marcus Magalhães, acho que o Urias também estava conosco, resolvemos descer a Avenida Antônio Carlos, aqui em Belo Horizonte, a fim de tomar uma cervejinha. Nosso destino: Rua Guarani, em um boteco situado entre as ruas Tupinambás e Carijós.

Naquela época estava com uns dezessete ou dezoito anos mais ou menos. Em atitude desordeira, saímos nós, pela avenida. Ríamos e parecia que o mundo estava uma beleza. Era mais uma das travessuras de adolescente que estava achando que aquilo era o máximo.

Continuando nossa caminhada, eis que acontece um fato engraçado, mas lamentável. Naquele momento, não julgava assim. Um dos componentes do grupo, acho que foi o ... ?? nem sei se 'fulano' ainda se lembra disso, já faz tanto tempo, vendo um sujeito dormindo debaixo de uma marquise, enrolado em um cobertor, quando, de repente, puxou-lhe o agasalho. Coitado do morador de rua! Estava em um sono profundo e tomou um susto danado. Sentou-se depressa e arregalou os olhos. Não xingou. Não sei se por humildade ou pelo susto. Era um homem negro. Pela aparência, velhinho e sofrido. Claro que caímos na gargalhada, mas, hoje, penso que tínhamos ultrapassado os limites. O acontecimento já ficou para trás e, acredito, o tempo já nos fez criar juízo.

Chegamos finalmente ao boteco e demos início à nossa farra. Cervejinha gelada, batata frita, vodca com Coca-Cola. Foi um momento de muita descontração. Contamos piadas, fizemos piadas, e estava bom demais.

Já era tarde, mais de meia-noite. Estávamos meio embriagados. Meio? Precisávamos buscar o rumo de casa. Pegar o ônibus...

Ao chegar a casa, meu pai, coitado, de cueca, estava no alpendre, preocupado, esperando seu filho chegar. Ele conversou comigo, dizendo que eu não podia fazer isso: chegar naquela hora a casa, sem avisar e, além, do mais, com evidentes sinais de embriaguez. Minha mãe, coitadinha, também estava acordada e disse algumas coisas para mim, pedindo que não mais fizesse isso. Reconheci meu erro

Não fui malcriado com meus pais. Eles não mereciam. Fico imaginando o quanto

eles foram bons para mim.

Concluindo, caro leitor, não se aborreça comigo ao terminar de ler esta minha prosa. Talvez tenha sido para você um caso bobo e sem nenhuma graça. Agora, que já estou mais maduro, refletindo bem, tenho consciência de que viver com alegria e descontração foi e é importante. O que jamais devemos fazer é incomodar nossos semelhantes.

Até uma próxima.

LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA
Enviado por LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA em 02/05/2024
Reeditado em 04/05/2024
Código do texto: T8054745
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