ANTÍDOTO DO MEDO

Francisco de Paula Melo Aguiar

Quem não lembra que no passado os pais falam sobre lendas e mitos aos filhos desde crianças?

Se não lembra, é porque é gente nova demais ou da era de deixar que os filhos aprendam tudo com o grupo em que vive e ou participa nas redes sociais.

Em sendo assim, personagens como a "cuca", "Narizinho", "saci", "tia Anastácia", a "mula" sem cabeça, "visconde de Sabugosa", "Pedrinho", "dona Benta", "tio Barnabé", etc, do mundo encantado, desencantado na obra de Monteiro Lobato, não tem conhecimento ou nunca ouviu falar do "Sítio do Picapau" do autor referido.

Por outro lado, também nunca ouviu falar ou se ouviu não deu importância, por exemplo, em algumas citações de autoria do escritor, filósofo e poeta norte-americano Ralph Waldo Emerson (1803-1882), que nos informa que "o intelecto anula o destino", isto mesmo, porque "quem raciocina é livre".

Isto cai como uma luva, porque o "destino", as vezes também confundido com a "sorte", é descartado ou anulado por que o ser intelectual não é uma coisa ou outra.

Não se compra intelectual na "bodega" em extinção e ou no supermercado ou no shopping, porque tudo na vida é uma construção que envolve escolher e querer.

Sem leituras, às mais diversas possíveis, envolvendo gêneros e escolas literárias, vídeos, filmes, dramas, novelas, noticiários, revistas. jornais, notícias variadas, depoimentos, pesquisas qualitativas e quantitativas, impressos ou digitais em formas de livros, monografias, dissertações, teses, artigos, resenhas, etc, não se constrói o perfil de um intelectual.

Adeus preguiça acadêmica, porque, "nada se obtém sem esforço; tudo se pode conseguir com ele", na visão construtiva de Ralph Emerson, aqui citado.

Isto mesmo, estamos vivendo no tempo da tecnologia de ponta e quase tudo, com raras exceções, em nossas vidas, dependem dela, via a Internet e suas redes sociais, pois, "um amigo é uma pessoa com a qual posso ser sincero. Diante dele posso pensar em voz alta", no dizer de Ralph Emerson, o que depõe contra às redes sociais, porque elas não tem sentimento ou interação social alguma, motivo pelo o referido intelectual, cita ainda, que se "insiste em ti mesmo: nunca imites", de modo que "o conhecimento é o antídoto do medo" e "o que fica atrás de nós e o que jaz à nossa frente têm muito pouca importância, comparado com o que há dentro de nós", uma vez que "podemos viajar por todo o mundo em busca do que é belo, mas se já não o trouxermos conosco, nunca o encontraremos", porque o ser humano é insubstituível ou seja, não existe inteligência artificial que o substitua no fenômeno criativo no criar e recriar via a reflexão, dá print ou selecionar e colar não é criar ou inventar, é copiar e cometer crime, uma vez que, "o que é ensinado em escolas e universidades não representa educação, mas são meios para obtê-la", o resto é proselitismo, pois, "deviam parar com a demagogia sobre as massas. As massas são rudes, sem preparação, ignorantes, perniciosas em suas reivindicações e influências. Não precisam de lisonjas mas de instrução", isto é fato, o analfabetismo puro no Brasil atinge mais de 10 (dez) milhões de pessoas, porque falta de compromissos oficiais com os docentes em sua formação pedagogica e financeira continuada, enquanto o chamado analfabetismo funcional, ainda que por dedução, faz existir estatísticas vergonhosas inominadas e portanto, não contabilizadas nos censos educacionais e demográficos. diante do tipo de prestações de serviços ao público em todas às áreas do conhecimento, com raras exceções, erros médicos, pedagogia da exclusão de sala de aula, abandono funcional, doenças funcionais

preguiça, etc, denúncias de serviços fakes.

É de Ralph Emerson o pensamento de que "o silêncio que aceita o mérito como a coisa mais natural do mundo constitui o mais retumbante aplauso" e completa dizendo que "creio muito na sorte. Quanto mais trabalho, mais sorte pareço ter", pois, não há sorte sem trabalho, porque "faz sempre primeiro o que mais difícil te parecer", porque, "é o bom leitor que faz o bom livro; em cada livro, ele encontra trechos que parecem confidências ou apartes ocultos para qualquer outro e evidentemente destinados ao seu ouvido; o proveito dos livros depende da sensibilidade do leitor; a ideia ou paixão mais profunda dorme como numa mina enquanto não é descoberta por uma mente e um coração afins", segundo Ralph Emerson.

O antídoto do medo é a leitura do nosso interesse sobre nós mesmos e o mundo que queremos, sempre em construção e desconstrução.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 01/05/2024
Reeditado em 01/05/2024
Código do texto: T8053694
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