INDIGNAÇÃO
O futuro chegou de forma digital e perversa para clientes de serviços, não importando o que foi contratado, tudo fica muito parecido, lembrando bem a força da aerodinâmica dos carros atuais.
Agora, infelizmente, atendimentos a clientes entraram na era da robótica, e claro, que essas máquinas não conseguem atender solicitações do público, e pelo jeito não incorporarão o uso da tão questionada inteligência artificial.
Nessa trajetória rumo ao futuro, algumas empresas até conseguiram via WhatsApp atender o cliente de forma ágil. Outras montaram sites intuitivos, que permitem a qualquer indivíduo navegar sem sobressaltos nesse mar digital, e assim solucionam problemas bastando algumas poucas tecladas de seu computador.
Mas nem todas as instituições aderiram de forma sadia a esse admirável mundo novo, e assim passaram a criar problemas de forma até intencional. Essa afirmativa fica patente quando se compara a agilidade empregada no momento de contratar o serviço e a via crucis que se transforma quando o desejo é o de encerramento do contrato.
Já passei por poucas e boas, mas depois de brigas sem solução a vista, desaguei na tal da judicialização de processo, que acaba agregando um custo adicional para a empresa envolvida no imbróglio financeiro.
Desta vez os limites foram extrapolados pela operadora de serviços de saúde Unimed - Rio. Depois de sucessivos reajustes anuais do plano, com índices que superaram em mais de sete vezes a inflação oficial, o valor cresceu tanto, que se tornou impagável.
Então, foi dada a partida para uma história até o momento sem fim. Você então fica diante de uma monstruosidade, o primeiro momento é o de ser atendido pela telefonista. Prepare seu coração, pois vai ter que ouvir pelo menos vinte minutos de muita baboseira institucional.
Quando pensa que está a um passo da solução, a ligação cai. Bom aí você está de novo iniciando o processo. Então você descobre que precisa de um segundo equipamento em paralelo, um para navegar no site, enquanto no outro você vai sendo guiado por uma trilha de horrores, mais só assim se pode concluir uma simples exclusão. Então, o sistema cai, e toda a atribulada caminhada sumiu num passe de mágica.
No dia seguinte, logo que o serviço foi aberto, tornei a ligar e depois de vencer de novo toda burocracia, já estava com 40 minutos de conversa para enfim entrar no site da empresa, e com ajuda da atendente cumprir o caminho de pedras para a exclusão de dois dependentes do plano de saúde.
Ao final dessa tortuosa jornada fui informado pela atendente, que deveria retornar a ligação em até 10 dias úteis para saber se tudo tinha sido efetivamente resolvido.
O dia 17 de abril foi referência do pedido de exclusão e também quando parei efetivamente de utilizar o plano. Ao retornar a ligação para empresa foi surpreendido por uma negativa de cancelamento, segundo a atendente faltou o nome da responsável pelo plano, que na realidade era homônimo ao da minha filha.
Depois de solicitar a presença de um supervisor, e devido a minha reclamação de que deveria ter recebido algum retorno da empresa, ele sugeriu que refizesse apenas o último formulário e incorporasse uma observação, a de que o erro do preenchimento fora uma falha interna, já que todo o processo foi monitorado por uma atendente da empresa.
A princípio, tudo parecia resolvido ainda na parte manhã. Por insistência da minha esposa liguei para confirmar a finalização do processo.
Surpresa, o erro apontado agora era outro, e este remontava ao inicio do processo. Resumo da ópera, precisei retornar aos primórdios do processo, agora tutelado pela supervisora da tarde. Passaram-se duas horas, e então sob a benção da funcionária mais gabaritada concluímos esta fase do processo burocrático.
Agora só nos resta rezar e aguardar dez dias úteis para enfim, receber o veredicto final, e torcer para que não ocorra nenhum acidente de processo, ou inventem algum pagamento adicional.