QUANDO UMA FIGURA DE LINGUAGEM PROVOCOU UM SUSPENSE MALICIOSO

Quando eu trabalha como Inspetor de Qualidade numa fábrica de CDs, nos tempos áureos em que vários grupos e bandas musicais faziam sucesso em todo o Brasil, por exemplo, Roupa Nova, Gaviões do Forro, Banda Calypso, Mastruz com Leite, Calcinha Preta, etc. aconteceu um fato pitoresco numa seção de embalagem. Um supervisor muito inquieto e no afã de distribuir melhor o serviço ele sempre perguntava alto, por exemplo: "Quem está embalando O CD dos Gaviões do Forró?" Então alguém levantava o braço ou respondia em voz alta também. Então recebi a quantidade do produto para ser embalado. Só que certa ocasião ele omitiu o verbo "embalar" e fez uma pergunta mais resumida, porém gerou imediatamente uma situação constrangedora momentânea. Ele vinha com o carrinho com um determinado produto a ser embalado e era urgente e soltou a "pérola" sem malícia: "QUEM ESTÁ COM CALCINHA PRETA" . Imediatamente, inconscientemente uma funcionária respondeu: EU ESTOU. Só que os demais funcionários levaram a pergunta para o lado mais íntimo e malicioso e a risada no ambiente foi geral. A pobre da jovem quase chorou, mas se recompôs e voltou a embalar o respectivo produto que o supervisor pôs na sua bancada. A partir deste tipo ele sempre procurou não esquecer de pronunciar o verbo EMBALAR ou TRABALHAR nas suas perguntas.