QUAL A JOGADA?
Francisco de Paula Melo Aguiar
A democracia, assim como qualquer outra ideologia política ou não, é o paradigma ou jogada daquele instante ou momento.
O mundo tem, assim como a Terra, sua translação e sua rotação, ambas giram e passam e nós nem percebemos o que realmente está ocorrendo.
E isto não é diferente em todas atividades humanas, dentre às quais, a política, uma espécie de eixo propulsor, que uma vez "azeitado", faz a infelicidade de muitos e a felicidade de poucos.
O jogo de tudo e de todos é "a fonte de todos os desejos do ser humano é ser desejado sempre", segundo o psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981).
O político sem ser lembrado pelo povo está morto.
E nas religiosidades, nas ideologias, nas profissões, na educação e na politica, isto não é diferente, pois, muitos são chamados e poucos são os escolhidos, claro, segundo a "vocação" de cada um, onde o Divino ou Sagrado é o Bom Pastor, porque ele conhece a "ovelha" e a "ovelha", o conhece também.
É bom tirar da cabeça a ideia de que o Bom Pastor, quer uma ovelha passiva, mansinha, que ouve tudo em silêncio e não responde nada, para puder ser escolhida no aprisco e ir para um dos céus prometidos por Jesus Cristo no Pai Nosso, por ele ditado na Bíblia Sagrada.
Ledo engano!
A ideia de ovelha, é simbólica, pode ser cobra, boi, cabra, borboleta, formiga, leão, etc, é uma parábola como outra qualquer do dono de tudo que existe em todo canto e lugar.
A ovelha é tudo, e todos racionais e irracionais, todas profissões e não apenas a vocação sacerdotal ou do altar das religiosidades.
Isto é compromisso. E na política não é diferente, o jogo é baseado em argumentos e sofismas das pesquisas junto à população, que uma vez em tendo bases científicas, representam aquele momento, porque, qualquer fato ou fala nova, pode modificar o andar da carruagem e bem assim o comportamento das ovelhas famintas do dia para noite.
Às vezes, basta mudar o "capim" ou a "água" da ovelha para que ela não queira mais comer ou beber aquele alimento.
Assim sendo, "é melhor manter a boca fechada e deixar que as pessoas pensem que você é um tolo do que abri-la e tirar todas as dúvidas", segundo o crítico do racismo e escritor estadunidense Mark Twain (1835-1910).
Na política não é diferente, a ovelha recebe o político querendo dar uma de "bom pastor", dar uma xícara de café, um aperto de mão e uma tapinha nas costas, e ainda diz que "deixe comigo", em seguida pede um saco de cimento, o aviamento de uma receita médica, tijolos, telhas, etc.
Aí mora o perigo de mudar e não mudar o comportamento da ovelha.
O jogo das ideias não precisa de campo ou quadra esportiva, precisa de confiança da ovelha no "bom" ou mau "pastor", terreno escorregadio, pior do que o "massaspê" da várzea do Paraiba, que gruda no sapato ou no pé rapado, quando molhado e evapora como poeira quando seca.
Qual o pré jogo das pretensões do momento na politicagem? Tem muito pasto e pouco rastro das ovelhas desconfiadas e famintas.