Achismo 2.0: Por que Precisamos Superar Essa Tendência
Em um mundo digital hiperconectado, onde todos têm uma plataforma para expressar suas ideias, o achismo floresce como uma erva daninha. Nas redes sociais, somos bombardeados por opiniões apressadas, diagnósticos médicos informais, análises políticas apaixonadas e opiniões de peritos em segurança pública bem superficiais. Mas por que essa tendência persiste? Por que tantos se autoproclamam especialistas sem qualquer base sólida? Sem demagogia, vamos mergulhar fundo no fenômeno do achismo 2.0, explorando suas raízes, consequências e, o mais importante, como podemos superá-lo. Prepare-se para uma jornada de reflexão crítica e descoberta.
De acordo com Miguel Beirão , Consultor IHTP Desenvolvimento de Negócios, “O achismo é uma prática recorrente nos dias atuais. Trata-se de uma tendência em avaliar situações ou emitir afirmações baseadas apenas na opinião pessoal, sem explicação, motivo ou fundamento”. O achismo, caracterizado pela formulação de opiniões desprovidas de embasamento e fundamentação sólida, tornou-se uma prática generalizada nas plataformas digitais, o achismo se manifesta quando pessoas se intrometem em assuntos alheios, oferecendo opiniões não solicitadas. Desde comentários superficiais sobre assuntos complexos até diagnósticos médicos informais, indivíduos sem qualificação alguma assumem o papel de "achólogos", disseminando ideias sem respaldo factual.
No contexto das redes sociais, por exemplo, alguém compartilha uma ocorrência policial, e logo aparece alguém afirmando que a polícia agiu errado, como se fosse um especialista no assunto. Esses indivíduos são verdadeiros achólogos, emitindo juízos sem embasamento real. Da mesma forma, quando se trata de temas médicos, logo surgem os formados em “Ciência Achológica Aleatórea”. Eles opinam sobre questões médicas nas redes sociais, mesmo quando ninguém pediu sua opinião. Essas pessoas frequentam seus cursos superficiais arranjando diplomas e certificados obtidos em plataformas de estudos como Facebook ou Instagram, e às vezes alternam entre ambas. Além disso, costumam compartilhar seus artigos em grupos de WhatsApp e frequentar cursos de especialização no “X”, antigo Twitter (que pode ser qualquer área).
No entanto, é importante lembrar que o achismo é uma abordagem extremamente chata para quem lê os textos ou ouve os áudios dos filósofos e sábios mestres achólotras. Em um mundo competitivo, postar conhecimentos com base em “achismos” pode ser catastrófico. Portanto, ao invés de “achar”, vamos comunicar com confiança, usando termos como “tenho certeza” e “de acordo com o artigo tal”. Assim, evitaremos o sucesso das fake news e construiremos relações mais sustentáveis e orientadas ao crescimento.
Achismo na Política e a Paixão Desmedida
Quando se trata de política, o achismo atinge proporções ainda maiores. As redes sociais se tornam verdadeiros campos de batalha ideológica, onde cada indivíduo se posiciona como um especialista em questões políticas, econômicas e sociais. A paixão aflora, e a busca pela verdade absoluta se sobrepõe à busca pelo entendimento mútuo.
A Síndrome do Especialista de Sofá surge nas rodas de conversa e nas redes sociais, onde todos parecem ter um diploma em Ciências Políticas, Economia ou Sociologia. Os formados em “Ciência Achológica Política” emergem, prontos para dar lições de moral e apontar erros nos argumentos alheios. A frase clássica é: “Eu acho que você deveria se informar mais sobre esse assunto para vir debater comigo!”. Esses “especialistas” frequentemente ignoram nuances, contextos históricos e complexidades das questões políticas. Suas opiniões são baseadas em manchetes, memes, discursos inflamados em canais de YouTube que falam o que eles querem ouvir.
A Busca Pela Verdade Absoluta é alimentada pela crença de que existe uma verdade única e incontestável. Quem discorda é automaticamente rotulado como ignorante, alienado ou manipulado. A paixão pela própria visão política muitas vezes impede a escuta atenta e a consideração de outras perspectivas.
O Dilema da Polarização política nas redes sociais cria um ambiente hostil até nas rodas de conversas presenciais. As pessoas se agrupam em bolhas de opinião, onde o achismo é reforçado e a divergência é vista como ameaça. A busca por fanpages com milhões de curtidas, diversas vezes compartilhadas e com a validação social igual à que o achólogo prega é muitas vezes exatamente a busca pela verdade própria.
Para combater o Achismo Político, é essencial promover a Educação Cívica. Conhecer os processos democráticos, os sistemas de governo e os direitos civis ajuda a formar opiniões embasadas. A Escuta Empática é fundamental: em vez de impor opiniões, ouça com empatia. Entenda as motivações e experiências dos outros. Verificar informações em fontes confiáveis antes de compartilhar e evitar disseminar fake news é crucial. Além disso, o respeito ao Debate é essencial: aceite que existem diferentes perspectivas. O debate saudável é construtivo, mas a arrogância é um atestado de estagnação do progresso intelectual e uma barreira para o coletivo, e a falta de consideração pelas diversas perspectivas que enriquecem a discussão política não leva a lugar algum.
Em conclusão, ao invés de se considerar um especialista infalível, vamos admitir que todos temos muito a aprender. A humildade é a chave para um diálogo político mais produtivo.
Compreendendo a importância da calma, uma pessoa sábia opta por manter-se em silêncio diante de provocações. Isso acontece porque aqueles que agem de maneira desrespeitosa muitas vezes se consideram sábios, exibindo sua arrogância.
Em resumo, a verdadeira nobreza é encontrada no silêncio e no ignorar o embate, evitando desperdiçar energia como quem lança pérolas aos porcos.
verdadeira nobreza e sabedoria são encontradas na capacidade de manter o silêncio diante das provocações e na disposição de ignorar o conflito, evitando assim o desperdício de energia em confrontos infrutíferos. É inútil e até prejudicial tentar argumentar ou debater com aqueles que não valorizam ou compreendem a serenidade e a verdadeira sabedoria.
Como Podemos Combater o Achismo?
O combate ao achismo nas redes sociais é fundamental para promover um ambiente mais informado e respeitoso. Aqui estão algumas estratégias que podem ajudar:
1º) Educação e Conscientização:
a. Promova a educação sobre o tema, incentivando as pessoas a buscarem informações antes de emitirem opiniões.
b. Compartilhe conteúdo relevante e baseado em fatos para combater ideias infundadas.
c. Promoção do Diálogo Construtivo:
d. Incentive discussões saudáveis e respeitosas nos ambientes das redes sociais.
e. Evite alimentar polêmicas e ataques pessoais, esse desgaste é totalmente desnecessário.
2º) Verificação de Fontes:
a. Antes de compartilhar informações, verifique a fonte e a credibilidade. Compare com as informações de espectros diferentes para ter uma melhor compreensão do que está sendo falado a respeito do assunto antes de se posicionar de modo apaixonado.
b. Evite disseminar notícias falsas ou teorias da conspiração. O mundo já está complicado demais para que pessoas repliquem mentiras e conspirações de fácil desconstrução.
3º) Empatia e Respeito:
a. Lembre-se de que todos têm direito a sua opinião, mas é importante expressá-la com respeito. Não adianta nada querer mudar a opinião do outro na base do grito, ou do desrespeito. Achincalhar o próximo não vai te fazer crescer como pessoa, ao contrário, vai revelar a sua mente mesquinha, por mais inteligente que você possa ser.
b. Ouça diferentes perspectivas e esteja aberto ao aprendizado. Afinal de contas, ninguém é dono da verdade, e, em se tratando de informações voláteis como as de hoje em dia, algo pode se manifestar como engano facilmente.
4º) Bloqueio e Ignorância:
a. Se alguém está constantemente propagando achismos, considere bloquear ou ignorar essa pessoa. Ninguém é
b. Não se sinta obrigado a debater com quem não está disposto a ouvir argumentos embasados. E se esse alguém estiver apresentando embasamento em fontes questionáveis ou extremistas, desconsidere, ignore-o e não se nivele.
5º) Promoção de Conteúdo Informado:
a. Compartilhe artigos, pesquisas e informações relevantes para combater o achismo. Principalmente, nesse momento de extremismos políticos e esportivos, ofereça outra fonte de informações e aguarde a resposta do achólogo.
b. Seja um agente de mudança, disseminando conhecimento, empatia, paz e boas energias. O sábio permanece calado diante do desaforo, pois o desaforado sempre tentará se colocar como sábio.
É essencial reconhecer que o combate ao achismo não é uma tarefa individual, mas sim uma responsabilidade compartilhada por todos nós. Ao unirmos nossos esforços e comprometermo-nos com a promoção da informação e do respeito mútuo, podemos construir um ambiente social, tanto online quanto presencial, mais saudável, inclusivo e enriquecedor. Cada um de nós tem um papel a desempenhar na criação de uma cultura de diálogo construtivo e discernimento crítico. Juntos, podemos fazer a diferença e promover uma sociedade onde a verdade e a sabedoria sejam valorizadas.
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¹ IHTP. Achismo ou Achologia: a Ciência da Quase Certeza... ou Não! Disponível em: <https://blog.ihavethepower.net/desenvolvimento-de-negocios/achismo-achologia-ciencia-quase-certeza/>.