Equilíbrio emocional
Entro um estabelecimento novo, uma padaria, posso sentir o cheiro que pairava no ar, pão fresco e chocolate. Me sento em uma das poucas mesas que tinham vagas, uma cadeira preta almofadada, a mesa é espaçosa e feita de madeira escura. Enquanto me aconchego em meu confortável assento, sou notado por uma das atendentes, parece ter entre 15 e 20 anos, loira, olhos azuis e um belo sorriso. Ela caminha até a minha mesa.
“Olá senhor, gostaria de um cardápio para ver as doçuras deliciosas que temos para lhe servir?” Ela segura um caderninho em suas mãos.
“Mas é claro.” Digo. Observo enquanto ela estende sua mão até o balcão atrás dela e me entrega o cardápio, seu uniforme é preto com alguns detalhes em vermelho, seu nome, Isabella, escrito do lado esquerdo da parte frontal do uniforme, no peito.
“Aqui está senhor, gostaria de um café enquanto escolhe o que vai comer?”
“Aceito, vou demorar para pedir algo.” Tenho tempo, eu estou visitando novos ambientes, buscando novas sensações.
“Ok senhor, seu café chega em pouco tempo.” A vejo se afastar, ela começa a fazer minha xícara de café, suas mãos são ágeis, ela lida bem com os instrumentos.
Espero enquanto observo o lugar, é agradável, confortável e acolhedor, as cores flutuam entre vermelho e dourado, todos os funcionários tem um uniforme preto, a bancada é feita de mármore e madeira escura, um contraste único que dá um charme a mais.
“Aqui seu café senhor.” Isabella deixava a xícara sobre a mesa à minha frente. Afirmo com a cabeça e a vejo se afastar novamente.
O café está bom, quente, não muito doce e nem amargo, está em equilíbrio, como tudo deveria ser.
“O flutuar dos sentimentos me atrai.
Sinto a brisa que vem na madrugada esfriar meu quarto.
Sinto o calor do sol aquecer meu coração.
Sinto esvair o medo pela manhã.
Sinto o desespero chegar pela noite.
Sinto amor e sinto ódio.
Não sinto nada.
Sinto tudo.”
Escrevo em um guardanapo usando minha caneta favorita, preta com partes metálicas, sempre a carrego comigo, não importa aonde vou.