Olha, eu ainda estou aqui!

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OLHA, EU AINDA ESTOU POR AQUI.

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Numa daquelas manhãs em que o despertador decide conspirar contra a tua paz de espírito, em que eu, personagem principal desta comédia errante chamada vida, dei as boas-vindas a mais um dia de equívocos.

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Sim, é disso que a minha vida boba é feita: um festival de trapalhadas regado a uma boa dose de sarcasmo.

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Ah, como é incrível passar pelos corredores da existência sendo a própria protagonista dos erros que nos moldam. Desde escolhas de cervejas de procedências duvidosas até aquelas excelentes decisões amorosas que só se equiparam a uma jogatina as cegas, onde ninguém realmente sabe o que está fazendo.

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E mesmo assim, em meio a gostos peculiares e uma mente perturbada – confesso, muitas vezes autora de minha própria desventura – eu ainda estou aqui. Vejam só, xôxa, capenga, manca, anêmica, frágil, inconsistente e pronta para encarar o próximo capítulo desta novela tragicômica.

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Olha, eu ainda estou por aqui, sussurro para mim mesma, como um mantra sagrado tentando manter o que ainda me resta de sanidade, mesmo nos dias mais bizarros em que o universo parece estar jogando dados com as minhas escolhas.

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A vida é assim, te tira para uma dança estranha, corpos se movem sem se importarem com quem esbarra ou pisa. Promessas são feitas sem a intenção de serem cumpridas, e assim, os corações são quebrados sem remorso, onde o mais forte sai vitorioso e o mais fraco é deixado para trás, machucado e desiludido.

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Enquanto isso, continuamos dançando nessa pista de ego, pisando nos sentimentos alheios, buscando satisfazer nossos desejos mais superficiais, sem perceber que, no final, estamos dançando sozinhos em meio à multidão.

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E assim, querido leitor, não se sinta "menos do que perfeitamente incrível". Abrace as tuas peculiaridades e sorria para suas dores, no final das contas, entre erros e acertos, de tropeços e levantes, lembramos a nós mesmos: a beleza está na importância da autoaceitação e do amor-próprio, mesmo em meio às imperfeições da vida.

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Vav´s – quatorze do três de vinte e quatro.