Entre linhas e sonhos - BVIW

 

 

     A criação de um conto é uma jornada que começa muito antes de dançar os dedos sobre o teclado. Todos nós temos zonas de conforto, esses pequenos nichos seguros de pensamentos e ideias onde tudo nos parece familiar e pouco desafiador. Mas a verdadeira magia da criação surge quando damos um passo para fora desses limites invisíveis e exploramos territórios desconhecidos. Para um escritor, isso significa arriscar-se com temas que não dominamos completamente, personagens que nem sempre refletem nossas próprias experiências.

     Sair da zona de conforto também significa deixar que as ideias brotem de lugares inesperados. Muitas vezes, são as conversas ouvidas por acaso, os detalhes que observamos em nossas rotinas, ou mesmo os sonhos que temos à noite que fornecem o combustível para nossas histórias. A criatividade, por sua vez, é uma dança delicada entre conhecimento e imaginação. Para alimentar essa chama, é indispensável ler amplamente; dos clássicos da literatura a artigos sobre ciência e tecnologia. Cada leitura é uma porta que se abre para novos mundos e novas ideias. E por vezes, é na junção inesperada de dois conceitos aparentemente opostos que uma nova história nasce.

     Por fim, cada conto criado é um pedaço de quem escreve, é um convite para que o leitor entre e conheça sua história. Cada nova obra é um desafio, uma forma de estender a mão para o desconhecido e trazê-lo para perto, transformando-o em palavras que ressoarão com alguém em algum lugar. Assim, entre linhas e sonhos, a criação de contos se torna mais do que uma simples escrita; trata-se de um ato de descoberta e compartilhamento, de moldar o caos da existência humana em narrativas que, mesmo breves, perduram em sua intensidade.