DESCOBRIMENTO
Os mais antigos, como eu, hão de lembrar que havia propaganda da VARIG, cantando o fado:
– seu Cabral vinha navegando/
quando alguém foi logo gritando/
terra à vista/
foi descoberto o Brasil/
a turma gritava/
bem-vindo oh seu Cabral/
mas Cabral sentiu no peito/
uma saudade sem jeito/
volto já prá Portugal/
mas quero ir pela Varig/
Varig, Varig, Varig...
O ano era de 1500, sob o reinado de D. Manuel I (o venturoso) e Pedro Álvares Cabral recebeu a incumbência de fundar um entreposto no Oriente para estabelecer o comércio regular de especiarias, já que anos antes Bartolomeu Dias tinha conseguido determinar a rota para contornar o Cabo das Tormentas (renomeado para Cabo da Boa Esperança), no limite dos oceanos Atlântico e Índico e o Vasco da Gama, pouco tempo depois, tinha chegado à cidade de Calicute, na Índia.
Já fazia algum tempo e todo mundo tinha conhecimento de que Colombo navegando para o Oeste havia encontrado terras que julgava ser as Índias.
Então, quando a frota de Cabral chegou na altura do arquipélago de Cabo Verde, proou para o lado de cá a fim de tomar posse das terras que estivessem antes do meridiano determinado pelo Tratado de Tordesilhas de 1494.
Ora, as correntes marítimas ao Sul do Equador, giram em sentido anti-horário.
Dia desses foi encontrado numa praia do Estado do Pará, um barco oriundo da África com pessoas mortas, provavelmente vítimas de fome e sede.
E talvez, levadas mais pelas correntes do que pelos ventos, as caravelas do seu Cabral avistaram as terras do que hoje é o Estado do Rio Grande do Norte, tanto isso é verdade que na cidade de Touros/RN há, desde então, um marco de pedra com o brasão lusitano.
Não restam dúvidas de que o registro do monte Pascoal e que a primeira missa rezada pelo frei Henrique Soares foram na Bahia, que também foi a sede do governo geral na época das capitanias, que foi lá aonde chegou a família real e D. João elevou o Brasil à categoria de reino unido, mas o primeiro avistamento por portugueses não ocorreu lá, assim como a fartura das águas e a beleza das matas que encantaram o escrivão Pero Vaz de Caminha, foram o Rio Potengi, as dunas e as matas que se debruçam sobre o mar potiguar.
Há registros de que em janeiro de 1500, três meses antes de Cabral chegar por aqui, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón, chegou ao Cabo de Santo Agostinho/PE, fato que lhe rendeu homenagem feita pelo rei espanhol D. Fernando II de Aragon.
Mas será que vale a pena mexer nesse vespeiro, ordenar os fatos tal como ocorreram e reescrever a história?