A POEZA DE ESCREVER
A PROEZA DE ESCREVER
Na medida em que envelhecemos, devemos buscar algo que substitua as inevitáveis perdas naturais que sofremos. Preenchendo o vazio deixado por as perdas físicas com as rugas e os cabelos brancos que vão surgindo. Escrever por exemplo foi o que escolhi embora eu não tenha uma formação universitária, cursei apenas o primário e a escola da vida.
É muito Importante escrever sobre os acontecimentos no dia a dia do cotidiano de uma comunidade . Mesmo não havendo fatos relevantes. Não deixa de ser uma forma de registrar a história de seu povo.
Certa ocasião, procurado por um conterrâneo querendo adquirir meu livro cujo conteúdo é um resgate do passado. Ele que se ausentou de nossa terra a trabalho por vários anos em busca de seus ideais.
Em conversa, sugeriu-me a cadastrar no Recanto das Letras. Afirmando ser uma plataforma social portadora de um grande valor cultural na literatura brasileira, acolhendo escritores que vivem no anonimato em diversas regiões do Brasil, e de outros países mundo afora. Onde eu poderia postar publicamente meus textos. De inicio eu recusei sua indicação, devido minhas limitações, sem nenhuma formação, senão a escola da vida. Mais tarde refletindo sobre o assunto e motivado pelo o desejo de escrever, resolvi acatar a sugestão do amigo e aventurar na tal publicação.
Cheio de temor, mas convicto com o pensamento, que, escrever bem, ou mal, com ou sem lirismo, é uma forma de contribuir com a história, deixando um legado às futuras gerações. Diante desse conceito, após cadastrar, com muita timidez, postei a primeira publicação, em setembro de 2009. Tive uma acolhida espetacular por parte dos dirigentes do site, de os escritores participantes. E de leitores não autenticados.
E qual não minha surpresa, ao deparar-me no inicio do ano de 2010 com a escolha de um conto de minha autoria, pela universidade de Santa Cruz em Ilhéus Bahia, para um seminário de gramaticalização. Além de uma agradável surpresa, foi um grande estimulo para eu continuar escrevendo.
Peço licença e permissão ao comitê responsável pelo evento, para postar um resumo do foi concluído por Geliane Fonseca Alves e demais membros do comitê universitário. Aos quais deixo meu abraço e minha gratidão.
A seguir o texto de Geliane:
A gramaticalização do item “até” nos contos A Cartomante, de Machado de Assis, e Um cão e um escravo em os olhos do bugre, de Geraldinho do Engenho Geliane Fonseca Alves1 Universidade Estadual de Santa Cruz Resumo:- Esta pesquisa consiste em analisar diacronicamente o processo de gramaticalização do item ATÉ nos contos A Cartomante de Machado de Assis e Um cão e um escravo em os olhos do Bugre de Geraldinho do Engenho, publicado pela revista eletrônica, Recanto das Letras, afim de, perceber em qual dos contos o ATÉ se gramatica lisa mais. O texto inicia apresentando o conceito de gramaticalização, logo após pontua as transformações sofridas pelo item, desde sua função prototípica (preposição) até chegar o limite da discursivização (marcador discursivo), utilizando como referencial teórico, os principais conceitos sobre gramaticalização de Martelotta (1996) e Hooper (1991). Faz uma análise quantitativa dos dados e por fim, constata-se que o item ATÉ se gramatica Liza mais no conto de Machado de Assis século XIX, contrariando a hipótese de que a gramaticalização seria mais recorrente no conto de Geraldinho do Engenho, por ser do século XXI.
A língua não é um embrulho pronto e inalterável, pois é viva, dinâmica e está sempre em processo de transformação. Vemos que a língua se renova a todo instante, pois palavras assumem novos significados, e/ou novas funções passam a existir no lugar das velhas, ou até mesmo, a coexistir ao lado delas. Esse fenômeno é denominado gramaticalização e podemos encontrá-los em alguns tipos de discurso, como por exemplo, o conto. Nesta pesquisa, analisamos os contos de Machado de Assis, A Cartomante, e de Geraldinho do Engenho, Um cão e um escravo em os olhos do Bugre, publicado pela revista eletrônica, Recanto das Letras.
OBS: FOTO ( meu acervo pessoal
universidade de Coinbra em Portugal
em março de 2015 por acasião de
minha visita a Portugal)