Miolo de Pote
ACHO que ninguém deve abrir mão do seu linguajar. Pode, claro, corrigir algumas agressões ao idioma, mas nunca abandonar seu estilo de falar ou de escrever, inclusive mantendo as expressões e ditos populares,
Vejam bem, concordo que sou um homem limitado, mas que possui um estilo é esse estilo é a minha linguagem: falo e escrevo do mesmo jeito. Vou dar um exemplo: há quase 40 anos escrevo uma coluna mensal para o Jornal de Arcoverde denominada “Miolo de Pote”, expressão muita usada na minha região para designar conversa mole e esticada, uso esse título porque ele realmente bate com as minhas arengas e até disparates e as verdades.
Estou entrando nesse assunto porque estava jogando baralho com uns amigos (pif-paf) quando estando com um jogo que batia com umas dez cartas diferentes, mesa grande, um sujeito bateu a parada com um mísero dois de paus. Então puto de raiva ironizando a sorte do cara exclamei: - Todo cavalo carregado de açúcar até o cu é doce. Outro amigo que é metido a intelectual reclamou, mas levou uma vaia porque o que afirmei era verdade. O jogo continuou e aí pifei de novo com um jogo ainda melhor, mas alguém com um pifinho de merda bateu, então exclamei arretado: - Se hoje eu cair de costas quebro a pica. Quando viram as minhas cartas todos riram e ninguém reclamou da expressão que usei para desabafar. Adoro baralho. E falar e escrever sem camisa de força. William Porto. Inté.