O POLITICAMENTE CORRETO ESTÁ CHATO

Para minha surpresa, um comentário que fiz sobre um texto de uma pessoa que admirava e até considerava minha amiga foi mal recebido por ela.

 

No texto em questão, a pessoa narrava que tomaria banho de azeite ou lavaria o cabelo tamanha sua admiração a tal iguaria. Em tom de chiste, comentei dizendo que minha concentração se esvaiu com a imagem que ela criou de ser besuntada por azeite. Mas a autora respondeu dizendo que meu comentário foi desrespeitoso, assim como muitas das minhas falas sobre mulheres. Parentese para dizer que no texto à supracitada autora diz sobre seu desejo recôndito de ser colocada contra a parede por um rockeiro. Imagina se é um homem insinuando isso para ela?

 

Se ela um dia ler isso, peço desculpas pelo comentário, que já apaguei, mas não sei de onde tirou que meus comentários em relação às mulheres são desrespeitosos. Pelo contrário, tenho uma miríade de textos enaltecendo as mulheres, denunciando a agressão e abusos contra elas, a masculinidade tóxica que as oprime frequentemente e o sistema que privilegia homens. Assim como também falo em relação a minorias, como negros e gays, por ver uma causa semelhante que merece ser combatida.

 

No entanto, a autora, para minha decepção, se apegou a um comentário isolado. Talvez ela se refira ao texto em que insinuo que muitas ex-atrizes mirins são gostosas, mas meu texto tinha teor mais humorístico e eu tinha a intenção de elogiar a aparência delas, visto que já as vi se denominando como gostosas. Mas fico tranquilo, pois quem me acompanha nesta rede sabe o que efetivamente penso sobre as mulheres e o nível de respeito que tenho por elas.


Só que no momento há na sociedade o que dá para chamar de disfunção do politicamente correto. O politicamente correto tem a utilidade de alertar a sociedade para modos ultrapassados e essa consciência transforma a sociedade. Não é mais permitido chamar alguém impunemente de gordo ou homossexual.
 

Mas a disfunção do politicamente correto na sociedade é nociva e um desserviço. Por exemplo, eu não poder me referir a uma mulher como gostosa, desde que não seja uma importunação para uma pessoa desconhecida. Há formas e formas de se referir a uma pessoa; o tom da voz, a intimidade e a situação são importantes para diferenciar uma ofensa de um elogio. Caso contrário, o politicamente correto pode acabar com a instituição do flerte, da sedução e do galanteio, produzindo um monte de homens com medo de tomar uma atitude ou até serem denunciados por assédio por um mero elogio. Dom Juan, Ovídio, Don Giovanni seriam presos nessa sociedade, e eu não gostaria de presenciar isso.

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 19/04/2024
Reeditado em 19/04/2024
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