Caminho vermelho
Encontro-me em um limiar, onde desejos e medos se entrelaçam como raízes sob o chão vermelho que trilho. Esse solo, tingido pela paixão e pelo sangue das lutas diárias, carrega o pouco que me falta e o muito que anseio.
Às vezes, o que me falta não é tangível; não é de pão que minha alma carece, mas de sentimentos, de calor, de abrigo. É a arte de saber quando trilhar e quando parar, de escolher o momento de acelerar sem temer o deslize, sem ceder à estagnação.
Como gotículas de chuva, os problemas caem sobre mim, leves no início, mas capazes de encharcar a alma se não souber lidar com eles. E assim, tento me desvencilhar do vermelho que se impregna na sola dos meus sapatos, questionando-me até que ponto essa cor já me definiu, até que ponto ela me transformou.
Vermelho vivida, vermelho sentida. Até que ponto suportarei essa jornada, até que ponto permitirei que esse caminho me pinte com suas cores e dores? A resposta, talvez, esteja na próxima curva, sob o próximo sol, ou na próxima chuva que promete lavar o que foi e preparar o palco para o que será.