Assustados
CONCORDO que todos estamos mesmo assustados com as guerras e toda espécie de violência que estão acontecendo.
Mas os “Assustados” desta maltraçada é apenas uma recordação daqueles “bailinhos” improvisados na casa de famílias mais liberais nos anos 60 e 60. Faz tanto tempo, né mesmo?
Para evitar que os filhos e filhas procurassem se divertir em locais tipo suspeitos, essas famílias permitiam que a moçada improvisasse na sala os assustados. Era só afastar Vanessa e cadeiras e botar nas radiolas (telefunken ou ABC) vários elepês num dispositivo que fazia um deles cair depois que outro acabava, sempre discos de Waldyr Calmon, Perez Prado, Trio Irakitan.., e pronto começava o rala coxas, quando um casal excedia o normal, o dono da casa dava cartão amarelo, era o fiscal. Havia uma poncheira, mas os garotos levavam garrafinhas de rum escondidas.
Havia ainda os casais que driblavam a vigilância e iam sarrar no quintal da casa. Não era raro de ouvir uma mocinha reclamar e o carinha dizer; - Tenha medo não, amor, é dó uma lambuzadinha de nada.
Saudade dos assustados. William Porto. Jnté.