Caminhos

Em noites frias, serenas, meu coração

( as vezes)

se aperta.

As lembranças que trago,

falo baixinho, pensando em Você.

A distância é fardo pesado, porquê será?

Sorrio triste, mas não vou esmorecer.

Melhor pegar o casaco e sair.

De que me adianta olhar pela vidraça a Vida que passa.

Mesmo com chuva.

E os casais passam agarradinhos, sussurrando baixinho.

Na Serra ,as névoas me dizem que o tempo vai piorar.

Que importa?

As gotas d'água dançam bonitas nas flores do jardim.

E fico pensando, pensando meio sem graça:

- " Que droga! Porque tem que ser assim"?

Eu disse que droga?

- Disse.

Pois é mesmo assim.

A saudade é um droga que se destila pouco a pouco n' A'lma.

Não faz sentido o que passou consumir o presente e o futuro também.

No caminho vejo rostos estranhos, cansados olhando prá baixo.

A luz nas calçadas já se acenderam e a penumbra tomou conta da rua.

Alguém aqui, alguém ali.

A praça sempre tão cheia, está solitária.

Também o que quero?

Chove e faz frio.

Afinal o que quero?

Alguém para conversar.

Ou quem sabe, somente

prá ouvir!

As névoas da Serra tinham razão.

A chuva está aumentando.

Melhor voltar para casa.

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Berta Novick
Enviado por Berta Novick em 14/04/2024
Código do texto: T8041835
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