Caminhos
Em noites frias, serenas, meu coração
( as vezes)
se aperta.
As lembranças que trago,
falo baixinho, pensando em Você.
A distância é fardo pesado, porquê será?
Sorrio triste, mas não vou esmorecer.
Melhor pegar o casaco e sair.
De que me adianta olhar pela vidraça a Vida que passa.
Mesmo com chuva.
E os casais passam agarradinhos, sussurrando baixinho.
Na Serra ,as névoas me dizem que o tempo vai piorar.
Que importa?
As gotas d'água dançam bonitas nas flores do jardim.
E fico pensando, pensando meio sem graça:
- " Que droga! Porque tem que ser assim"?
Eu disse que droga?
- Disse.
Pois é mesmo assim.
A saudade é um droga que se destila pouco a pouco n' A'lma.
Não faz sentido o que passou consumir o presente e o futuro também.
No caminho vejo rostos estranhos, cansados olhando prá baixo.
A luz nas calçadas já se acenderam e a penumbra tomou conta da rua.
Alguém aqui, alguém ali.
A praça sempre tão cheia, está solitária.
Também o que quero?
Chove e faz frio.
Afinal o que quero?
Alguém para conversar.
Ou quem sabe, somente
prá ouvir!
As névoas da Serra tinham razão.
A chuva está aumentando.
Melhor voltar para casa.
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