Tenho curiosidade sobre pés, ou melhor, pés atraem minha atenção. Gosto de reparar os pés das pessoas
Quando me perguntei o porquê desse interesse, lembrei-me que quando era criança, aos sete ou oito anos de idade, eu não gostava dos meus próprios pés, achava-os grandes e com dedos curtos. Achava-os muito feios. O que me aborrecia era o tamanho. Passei a comprar sapatos com numeração menor, principalmente os sapatos do uniforme do colégio - eram os Tanques Colegiais. Esse hábito deixou sequelas, principalmente uma fenda na sola, como um grande calo dividido ao meio. Eu não sentia dores, embora o trajeto até a escola fosse a pé. Uma longa caminhada.


Um modelo de sapato que me atraia era o tipo boneca, fechado com 'pulseirinha'. o modelo de Dorothy do Mágico de Oz.

 

 

Uma tarde, véspera de Natal, meus pais nos levaram, a mim e os irmãos para escolher os presentes. Eu me deslumbrei com uma 'sandália de dedo' - ainda uma novidade na época (não existiam havaianas, a empresa produzia alpargatas, com sola de corda).
Fiquei empolgada ao ganhá-la mas, os meus pés não mereciam aquele mimo. Os pés pareciam mais largos e gordos calçados com a sandália. Evitava usá-la.

Anos mais tarde, soube que papai vendeu seu barbeador elétrico para ter dinheiro para nossos presentes. Fiquei triste e arrependida por ter pedido, como presente, aquela sandália.

Eu não gosto de tênis, na infância usei um chamado Conga, ou Conguinha. Era azul. Aprendi a bordar e aplicar miçangas para decorá-lo, mais feminino. O problema era o cheiro de chulé ... 

 

Voltando ao assunto dos pés alheios.

 

Antes, gostaria de dizer que passei a gostar dos meus pés. Tenho uma podóloga. Raramente uso esmaltes coloridos nas unhas. Mas, tenho mania de comprar sapatos. Preciso me policiar, muitos começam a me machucar. Comprar pela Internet, nunca mais. Ou diferem dos modelos das fotos, ou a numeração não coincide com meu número.

 

Minha mãe tem joanetes e passou a sofrer uma deformidade com os dedos sobrepostos. Fui ao ortopedista, preocupada em sofrer o mesmo que ela. O médico me tranquilizou, sem chance de acontecer...

 

Eu achava lindos os pés de minha irmã, dedos longos, o segundo maior que o dedão (pé grego). Mais tarde soube tratar-se de uma deformidade, também.

 

Reparo nos pés de bebês, de idosos, de homens, mulheres e até cães e gatos.

Muitas vezes julgo que o pé não combina com a pessoa. Observo, principalmente mulheres, se equilibrando em saltos muito altos. (usei saltos e as pedras portuguesas das calçadas foram um transtorno. O salto sempre agarrava num intervalo entre as pedras, ou quebrava. Um 'mico' sair pulando num pé só até encontrar um vendedor de chinelo ou rasteirinha).

 

Nunca conversei sobre esse assunto com meu analista. Creio que só recentemente me dei conta desse TOC.

 

Conto agora pra você, leitor, e mando cópia pro analista.


 

PS. vou comprar, agora um protetor de sapatos