Ruínas
Ao entardecer João Trocate sentava-se próximo a porteirinha, cachimbando. Apreciava o movimento, relembrava tempos antigos, contava “causos”; ao lado, havia uma velha tapera, construção antiga, de taipa, cujas paredes estavam completamente esburacadas, onde um dia houvera um telhado, via-se apenas o madeirame carunchado.
A sombreá-la uma pitangueira. Pelo piso umedecido, vicejavam melões de São Caetano, cipós, musgos. Era o abrigo preferido de suindaras. Cambaxirras, pixoxós, lagartixas. Refúgio perfeito para meninos sombrios. Os escombros ruíam e o velho Trocate também concluía sua jornada sobre a Terra.
Crianças, quantas vezes passamos por eles sem vê-los; ainda não sabíamos que um dia nos assemelharíamos tanto.