As doces borboletas...
Em uma viajem ao interior do estado, aconteceu algo incrível e inexplicável. Depois de terminar minhas tarefas e alcançando meus objetivos antes do previsto, dirigi-me à uma pracinha. Muito arborizada e florida. Sentei-me num banco de madeira debaixo de uma árvore bem frondosa, e comecei a fazer o balanço do dia. Quando de repente: milhares de borboletas de todas as cores tomaram conta da praça; – Primeiro pousaram nos pequenos arbustos, depois nas flores, e nos bancos...
Fiquei deslumbrado! Elas começaram a pousar também no meu corpo: na cabeça, nas pernas, por todos os lados. Sinceramente, me perguntei: será que tenho doce? Sou adocicado? Não encontrava explicação para tudo aquilo. O fato é que não paravam de voar em minha volta. Novamente, com espanto, me perguntei – o que elas acharam em mim? Mesmo sem resposta – eu estava presenciando um balé coordenado; elas flutuavam como verdadeiras bailarinas do vento - decidi não as espantar. Pensei – elas são frágeis, e com qualquer movimento brusco, posso machucá-las, ou até matá-las. Então decidi ficar quieto, e apenas apreciar o espetáculo, ou melhor dizendo: aquele fenômeno quase indescritível, porque não dizer divino, um baile celestial!
Era final de tarde, o dia estava lindo. Tipo dias de outono. E parecia um dia de festa – formado por borboletas de todas as cores, que dançavam ao vento: vermelhas, amarelas, brancas, e de inúmeras matizes...juntando-as podia-se imaginar todas as cores que compõe o arco-íris. Foi aí que parei para pensar: como o universo é lindo, e como a natureza é sabia. Então, naquele instante assumi um compromisso comigo mesmo: “que a partir daquele dia, não viveria mais na correria, e sim, viveria sem estresse, e daria ao meu espírito, a chance de apreciar, com profundidade cada detalhe desta nossa curta vida terrestre. Curta; mas cheia de vida por todos os lados que se olha, e a cada inspirar e expirar dos nossos pulmões – basta nos permitir! Infelizmente, o sol se pôs e a noite chegou, e algumas crianças, que se divertiam com as borboletas, começaram a ir embora, junto com elas: as protagonistas do dia. O céu escurecia. Surgia as estrelas...
Lentamente eu me levantei, e com tristeza me dirigi a rodoviária.
Quem sabe, um dia, voltarei naquela cidade, para recordar, esse dia tão especial...