Nó Oriental
Recuso-me a usar gravatas, é uma teimosia que carrego desde moleque. Meu pai já tentou me persuadir, me levar na igreja coisa e tal; até ia acompanhar o velho e quebrar a rotina modorrenta de domingo. Porém, ateu desde os doze anos de idade, ficava curtindo a música e questionando por qual motivo as meninas ficavam sentadas do outro lado do salão. Trajava um blazer cinza, camisa branca e uma calça bem passada, mas sem me enforcar.
Hoje depois do almoço meu filho ficou curioso com o recibo da biblioteca e o analisou com atenção. Enfaticamente me lembrou que tenho que devolver o livro do Murakami até dia 18.
Achei graça.
Posso ajudar ele a aprender filosofia, mecânica quântica, geopolítica e até fazer uma omelete... Mas vou ficar devendo o nó Van Wijk ou o Vitória.
Em caso de emergência tem uma loja na esquina que vende uma com nó pronto.