CONTINGÊNCIAS

Texto recuperado de data anacrônica.

Rio de Janeiro, 07 de Abril de 2024.

O sujeito entrou na igreja discretamente e com calma começou a disparar contra algumas pessoas que ali se encontravam. Matou quatro delas e feriu mais outras. Depois, dizem, colocou fim à própria vida. Mas alguns já dizem que a polícia teve participação em sua morte. Fato irrelevante. O importante é como alguém se propõe a cometer um ato desse?

O porquê disso é que deveria ser trabalhado, analisado e desvendado, porque foge à essência do que se diz 'inteligência humana'. E eu que sou um ferrenho antagonista dessa ideia, da inteligência humana, fico aqui refletindo com os meus próprios botões.

Em primeira linha diria que o objeto maior dessa questão está na família. E no caso específico desse aloprado, com certeza ele não devia manter um bom relacionamento com os seus. E tomara que isso seja uma absurda ilação de minha parte.

E isso nem seria uma base concreta para que todo aquele que possui tal tipo de divergência familiar, se transformasse num autor de tanta barbaridade. Mas o fator sorte acaba influindo decididamente nesse processo. Quando alguém não a possui (ou não a teve) e cai em ambientes degradados, é um aspirante a tal.

Mas a vida possui mistérios exagerados, já disse Shakespeare, e esse é apenas um deles que nos absorve e incomoda. E fere, claro.

Mas o desequilíbrio mental e consciente não está só ao alcance dessa gente. Há muito mais delas que escamoteiam seus horrores, e por sorte não enveredam por caminhos parecidos. Mas fazem até pior e de forma disfarçada. Os mentirosos, os cínicos, os farsantes, enfim, os AGENTES DA DESFAÇATEZ, talvez sejam os responsáveis pela formação/transformação desse/nesse tipo de gente.

Ruim é perceber-se a existência deles nas igrejas, nos templos diversos espalhados pelo mundo, em qualquer ambiente que se diga de religiosidade. E é aí que mora o perigo.

Há muito mais criminosos de alta periculosidade, disfarçados sob vários aspectos, causando tanto ou mais horrores do que esse sujeito de Campinas. Mas a sociedade parece não perceber tais distorções.

Então, sempre haveremos de cruzar com gente como essa. E sermos abatidos, também. Só muda o dia, a hora, o lugar e as pessoas que serão atingidas. E vida que segue.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 07/04/2024
Código do texto: T8036554
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.